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JORNAL DAS CALDAS modera debate no Nadadouro

Francisco Gomes

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Os candidatos à Assembleia de Freguesia do Nadadouro estiveram em debate, numa iniciativa moderada pelo JORNAL DAS CALDAS, na noite da passada sexta-feira. A população encheu a sala da assembleia e até apareceram vários candidatos à Câmara.
Debate na sala da assembleia de freguesia

Na primeira abordagem, foi proposta uma apresentação dos candidatos e dos motivos que os levaram a concorrer.

Valentina Contente, do PS, apontou que tenciona “melhorar a qualidade de vida das pessoas”, o que se faz “resolvendo as principais carências”.

A candidata do PSD, Alice Gesteiro, é presidente da direção do Centro de Apoio Social do Nadadouro, que emprega 16 pessoas, 9 das quais do Nadadouro, e que tem centro de dia, apoio domiciliário e cantina social.

“Tenho liderado a organização de vários eventos para esta associação e sinto que posso continuar a ajudar a freguesia. Aceitei concorrer pelo PSD porque acredito na equipa do dr. Tinta Ferreira”, indicou.

“Estamos numa altura complicada e de grande crise e não nos vamos comprometer com grandes obras porque não tenho varinha mágica para arranjar dinheiro”, referiu a candidata.

Ana Sofia Pataco, do BE, considerou o debate “muito importante para a freguesia”, para as pessoas “conhecerem as propostas dos candidatos”. “Queremos desenvolver a freguesia e resolver as lacunas existentes”, apontou.

“Alargar o horário da junta para que a população possa usufruir dos serviços”, é uma das medidas a implementar, assim como a possibilidade de levantar medicamentos sem necessidade de deslocações para fora da freguesia. “Descentralizar as reuniões da assembleia, a criação de orçamento participativo na freguesia e de uma rede entre freguesias para promover atividades culturais em conjunto”, são algumas das medidas que pretende desenvolver.

Hugo Frizado, do CDS, reside no Nadadouro há quatro anos e sente que a freguesia “é um diamante em bruto que precisa de ser valorizado”. “Sou ambicioso e lutador. Pretendemos criar uma relação de proximidade com a população”, garantiu.

Vítor Fernandes substituiu o candidato da CDU à Assembleia de Freguesia do Nadadouro, ausente por motivos profissionais. O comunista declarou que o Nadadouro “é uma freguesia com grandes potencialidades”. “Uma das questões fundamentais é a Lagoa de Óbidos. Iremos lutar para resolver rapidamente a poluição e o assoreamento”, sustentou, defendendo a criação de Paisagem Protegida de Âmbito Regional.

João Martinho, do Movimento pelo Nadadouro (MPN), disse que se candidatou pelo amor pela sua terra-natal e para dar continuidade a um projeto iniciado há quatro anos. “A nossa freguesia carece de alguns serviços como saneamento básico, iluminação, estradas transitáveis e sinalização em condições”, apontou, frisando ser “necessária uma mudança de atitude perante os recursos existentes”.

Primeiras medidas a tomar

Se forem eleitos, que medidas é que vão tomar em primeiro lugar, foi a questão seguinte, para se perceber que prioridades é que os candidatos definem para a sua intervenção.

“Fazer o diagnóstico da situação organizacional, contabilístico e financeira da Junta de Freguesia, analisar as atas e dossiês para ver se existe alguma deliberação pendente, e caso exista integrá-la no plano de ação, identificar o património”, indicou Valentina Contente, que também pretende “um horário de atendimento alargado”.

“Fomentar a utilização do e-mail para evitar que as pessoas possam ser esclarecidas sem necessidade de deslocação, fazer um levantamento dos casos de carência social na freguesia e providenciar adequado encaminhamento e tratamento. Efetuar a limpeza de toda a área, incluindo o arranjo das bermas e passeios danificados. Fazer o ordenamento dos cursos de água que foram desviados, providenciar a substituição de todos os sinais de trânsito danificados e estudar os pontos em que, para maior segurança, são necessários sinais, espelhos e iluminação pública”, descreveu.

Alice Gesteiro disse que se for eleita presidente da junta a primeira coisa que fará é “arrumar a casa e pô-la a funcionar, distribuindo tarefas pela equipa e funcionários”.

“Criaremos de imediato a caixa de sugestões e reclamações, para desta forma as pessoas mais facilmente colocarem os seus problemas”, indicou. “Estabeleceremos dias de atendimento pelo presidente da junta e reuniões periódicas para além das assembleias de freguesia”, acrescentou.

Segundo a candidata, a sinalização “é um problema muito grande, porque é preciso substituir e colocar novos sinais, colocar passadeiras onde desapareceram e corrigir a iluminação pública nos pontos mais frágeis”.

Criar um ATL, para ocupar as crianças após o horário do jardim de infância e da escola primária, é outros dos objetivos, a par de maior limpeza da freguesia, admitindo para tal contratar mais um cantoneiro.

“Não é fácil definir as primeiras medidas, numa freguesia que tem tantas deficiências”, comentou Ana Pataco, que defende “um programa de emergência social, com a criação de um gabinete de crise na freguesia, que possa acompanhar e apoiar as vítimas da crise”.

A atribuição de um subsídio equivalente ao subsídio de desemprego aos pescadores e mariscadores, sempre que as operações de dragagem da Lagoa impliquem a paragem da atividade e durante os períodos de defeso, criar hortas comunitárias para as famílias com fracos recursos, utiizar a viatura da Junta para deslocar pessoas com mobilidade reduzida e criar um serviço de apoio solidário para pequenas reparações nos domicílios, foram medidas que a bloquista enumerou.

“Esta freguesia tem tanto por onde crescer, mas encontra-se de há uns tempos para cá estagnada”, lamentou.

Hugo Frizado revelou que as primeiras medidas a tomar passam por “fazer um levantamento exaustivo das famílias carenciadas da freguesia, para apoiá-las da melhor forma”.

“Pretendemos também efetuar um levantamento das zonas sem ou com deficiente saneamento básico. É um dos projetos mais urgentes, assim como corrigir a deficiente sinalização e a falta de iluminação pública. Um dos projetos ambiciosos que temos é o táxi-medicamentos, que pretende dar apoio a quem tenha dificuldade de mobilidade. Um funcionário da autarquia irá recolher todo o receituário das pessoas que não podem deslocar-se às farmácias. Pretendemos também criar uma página da Junta na Internet com mais serviços”, indicou.

Vítor Fernandes sustentou que a primeira questão que importa é “ouvir as pessoas” e por isso “serão realizadas reuniões em todos os lugares para ouvir as sugestões para melhorar a vida das pessoas”.

“Reivindicar a intervenção da Câmara das Caldas na Lagoa de Óbidos, apoiar os pescadores e mariscadores quando não possam trabalhar, promover e apoiar a agricultura, a resolução dos transportes coletivos, a requalificação dos espaços verdes e resolver o problema da largura da estrada à volta da Lagoa”, são medidas que defendeu, apostando ainda na criação de uma marca identificativa da freguesia do Nadadouro.

João Martinho aposta na limpeza de caminhos e terrenos públicos, defendendo a contratação de mais um cantoneiro, e no alcatroamento das ruas que estejam em pior estado. “Insistir junto das entidades nacionais e internacionais para a limpeza da Lagoa e requalificação da sua costa”, será outra ação a desenvolver, assim como a apresentação de propostas para o alargamento da rede do Toma até à freguesia do Nadadouro, e dos horários de funcionamento da junta de freguesia e do posto de correios.

Potencialidades a explorar

Foi perguntado aos candidatos como é que caraterizam a freguesia e que potencialidades tencionam desenvolver. Valentina Contente considerou que o Nadadouro “tem várias e boas potencialidades para deixar de ser vista como uma freguesia de segunda”. A agricultura, a pesca e o turismo serão as suas áreas de intervenção.

Aproveitar os terrenos abandonados para culturas, valorizando o espaço rural com apoios comunitários, a criação de condições adequadas às pescas, a criação da praia do Nadadouro com infraestruturas e exploração comercial, e a criação do Eco-Museu da Lagoa para impulsionar o turismo paisagístico e da natureza, constam do programa da candidata do PS.

Alice Gesteiro entende que é uma freguesia “bem localizada, perto da praia e da cidade, e que cresceu muito nos últimos anos”. “É importante que o desassoreamento da Lagoa seja feito de forma correta para assegurar a vida dos pescadores”, frisou. “Há potenciais para crescer. Para além da pesca na Lagoa, também os desportos náuticos são importantes”, indicou. A criação do Museu da Lagoa é “importante para preservar os apetrechos que se utilizavam”.

Ana Pataco chamou a atenção para o perigo do Nadadouro se tornar “um subúrbio das Caldas”. Outras ameaças recaem sobre os problemas ambientais da Lagoa e a falta de transportes. Para a Lagoa, a solução passa “por defender a aquisição, pelas Câmaras das Caldas e de Óbidos, de uma draga para intervenção permanente e o dinheiro dos dragados pode servir para o saneamento”.

Hugo Frizado declarou que a freguesia “peca por falta de limpeza”, sendo esse um dos problemas que pretende resolver. Incentivar a cultura de bivalves, aproveitar os terrenos com capacidade agrícola que não estão a ser explorados e fomentar a observação de aves, caminhadas e desportos náuticos, para atrair turistas, são suas intenções. “São anos a mais de inércia e é altura de começarmos a fazer alguma coisa pela freguesia”, afirmou o candidato do CDS.

“Temos muita riqueza e coisa boa, se for aproveitada. Temos a Lagoa e campos bons para agricultura. Melhorar o Nadadouro e a vida das populações, é o nosso objetivo”, comentou Vitor Fernandes.

João Martinho considera que “o Nadadouro só tem a ganhar se rentabilizar os recursos de que dispõe. Não podemos continuar a ser apenas um local de passagem, escondido entre as Caldas e a Foz do Arelho”. Desenvolver a vertente turística da freguesia, em conjunto com a Câmara e entidades privadas ligadas ao turismo, é a grande aposta, assim como “exportar a nossa gastronomia”.

Carências a dar resposta

Depois das virtudes, as carências. E o que mais falta ao Nadadouro? Para a candidata do PS, “a construção de um lar para pessoas idosas, incluindo quartos para casais”, é uma das lacunas a resolver, porque “nesta freguesia existem várias pessoas em lares em território que não é o seu”. “A limpeza da freguesia, a regularização das bermas para percurso pedonal em segurança, a limpeza das valas e valetas, o ordenamento dos cursos de água que foram desviados e que no inverno inundam terrenos, o arranjo das estradas danificadas, a construção de acessos e passeios”, são outras carências a que tenciona dar resposta.

Já a candidata do PSD recordou que, ao nível da ação social, o Centro de Apoio Social tem desenvolvido um importante papel. “O lar é desde o início um objetivo, mas custa muito dinheiro. Vamos lutar por conseguir”, manifestou.

“O Centro já faz o táxi-farmácia que aqui foi falado (pelo candidato do CDS) e é intenção fazer este serviço em parceria com a Junta de Freguesia, alargando a mais gente. E é a farmácia que vem trazer os medicamentos”, indicou.

“A rua principal é extremamente importante ser requalificada a todos os níveis”, sustentou.

A candidata do BE sublinhou que “é urgente a criação de emprego”, apontando como possibilidade a agricultura biológica e o turismo de habitação. “Tencionamos recuperar casas a custos controlados para habitação social. Se o senhorio não fizer as obras de reabilitação, a Câmara poderá assumir a recuperação e a renda será paga à Câmara até recuperar o que investiu e só depois ao proprietário”, descreveu.

“A maior carência da freguesia do Nadadouro é a ausência do presidente”, acusou o candidato do CDS. “Se houver um presidente que tenha uma visão de futuro, seja arrojado, empreendedor, corajoso e determinado em fazer alguma coisa pela freguesia, de certeza que todos os problemas da freguesia serão resolvidos”, manifestou. “Queremos tornar o Nadadouro uma das maiores freguesias a nível do concelho, mas sem perder a sua identidade”, assegurou.

O candidato da CDU disse que é “fundamental dar resposta às situações sociais mais problemáticas”. “As associações que estão no terreno já o fazem, mas a junta também pode ter um papel, com a Câmara, no sentido do levantamento das situações e apoio”.

A limpeza, a requalificação da principal via da freguesia e o saneamento básico, são alguns dos aspetos a ter em conta, sustentou.

Para o candidato do MPN, a limpeza é o primeiro aspeto a resolver. Depois, a mobilidade, daí insistir no alargamento da rede do Toma até à freguesia. O terceiro ponto tem a ver com a segurança, que passa pela sinalização, estradas em condições de circulação e iluminação. O apoio social aos desempregados é outra das suas preocupações. A preservação do ambiente, com o incentivo ao uso da bicicleta, reforço de transportes públicos e aumento de ecopontos, são medidas que descreveu.

Houve ainda uma parte em que o público colocou questões, sendo nessa altura em que os ânimos aqueceram um pouco, sobretudo aquando da intervenção do presidente da Junta de Freguesia, César Dimas, que se sentiu visado em declarações de alguns candidatos e pretendeu responder.

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