Vidros partidos e paredes rachadas são danos visíveis, mas até agora as vibrações medidas têm estado dentro do limite da lei, segundo o Ministério da Economia.
Desde 2010 que os rebentamentos na pedreira afetam a Janela Digital, segundo alegam os responsáveis da empresa. As fendas nas paredes e os vidros rachados já não são novidade para os trabalhadores, mas a última explosão, na passada sexta-feira, originou um violento abalo no edifício. Tão violento que grande parte dos trabalhadores entrou em pânico, pensando mesmo que o edifício iria ruir.
“Já temos sentido mais explosões, algumas muito fortes, mas esta foi unanimemente a maior. De repente o edifício começou a tremer e as pessoas ficaram aflitas”, relatou Miguel Castro, web-designer da empresa, que sustenta que a situação “causa stress, porque parece que estamos num cenário de guerra”.
A empresa do Parque Tecnológico de Óbidos alega ter milhares de euros de prejuízos. “Têm sido provocados danos estruturais em paredes e vidros. É uma constante quase todos os meses e nós é que temos estado a suportar os valores. Neste momento foram já cinco mil euros só em vidros e ainda não orçamentámos os custos das paredes rachadas”, apontou Elisabete Silva, diretora da Janela Digital.
Uma das salas da empresa foi evacuada e desativada porque os trabalhadores têm medo de lá estar. “Com o estrondo a parede da sala rachou e começou a cair o teto e os colaboradores recusaram-se a ficar naquela sala”, indicou, revelando que foi apresentada queixa aos Ministérios da Economia e da Administração Interna, Agência Portuguesa do Ambiente, Serviços de Ambiente da GNR e da Câmara de Óbidos.
Apesar dos esforços para obter a versão da empresa que explora a pedreira, não foi possível em tempo útil contatá-la através dos números disponíveis. Contudo, até agora, segundo o Ministério da Economia, as vibrações relativas aos rebentamentos têm estado dentro do limite da tolerância admissível, dando razão à sociedade de extração de gesso na pedreira, que se encontra legalizada.
Francisco Gomes
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