Quem se inscreveu ativamente nos movimentos sociais nos últimos anos não se pode enganar. Quem saiu à rua contra as políticas de direita que nos tiram direitos, que nos chantageiam para enriquecer bancos, que nos baixam os salários, cortam pensões, secam a economia, fecham pequenos negócios, não pode voltar a votar na esquerda fingida, e muito menos pode votar na direita desmascarada, mais troikista que a troika, que nos quer convencer agora de uma retoma que ninguém vê nem sente em lado nenhum.
A esquerda social que se bate diariamente por uma sociedade melhor deve convergir com a política consonante com esses valores. Quem lança projetos e faz voluntariado para ajudar outros na doença, minorar o sofrimento e ajudar incondicionalmente na recuperação física e emocional dos tempos difíceis. Quem retira do seu tempo familiar a disponibilidade para ajudar pessoas politicamente perseguidas do outro lado do mundo, como a Amnistia Internacional de que sou impulsionador e fundador do núcleo local, são pessoas que sabem onde está a representação do que defendem.
Quem se revê ou junta em torno de um Conselho de Cidade, entidade de estímulo e incentivo à democracia participativa, de que fui também membro da comissão instaladora e da primeira direção eleita, ao todo durante cerca de cinco anos, são cidadãos que sabem bem quem participa ativamente em projetos e causas e sabem distinguir dos que aparecem a “cavalgar a onda” da cidadania como ferramenta de marketing.
A esquerda social que se constitui de todos os pequenos grupos, que apesar de fragmentados e muitas vezes afastados, constituem um movimento social pela mudança, no desejo comum de uma vida melhor para todos, deve reforçar nestas eleições locais a esquerda política. Por uma razão simples: a esquerda social e a esquerda política, juntas são mais fortes e reforçam-se mutuamente. Juntas podem melhor promover a mudança necessária para que todos sejamos mais felizes onde vivemos.
Lino Romão
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