No discurso que encerrou o convívio, Bernardo Rodrigues apelou à mobilização de todos para a campanha eleitoral que agora começa e destacou alguns pontos-chave da candidatura que lidera. O primeiro, “manter o que está bem, mudar o que está mal”, considerou que tem um significado muito forte, “de não facciosismo, de não partidarismo, de uma outra atitude de estar na política”. E elucidou: “É preciso melhorar ou corrigir o que não está bem e aproveitar o que outros, antes de nós fizeram, sabendo-se que a gestão pública é um ato contínuo e sucessivo, em que o testemunho se passa de uns aos outros.
Bernardo Rodrigues teceu críticas à gestão camarária do PSD, que disse “esconder a realidade com discursos populistas e eleitoralistas”. Deu como exemplo a “situação financeira grave” da Câmara Municipal de Óbidos, com “mais de 11 milhões de dívidas e a contração do empréstimo financeiro através do PAEL, que o município irá pagar até 2026, apesar das receitas extraordinárias recebidas ou em curso, nos últimos anos, que ascendem a 18 milhões de euros”. Também referiu “um conjunto vasto de promessas incumpridas, que voltam cada vez que há eleições, e agora não é exceção, com o anúncio de um protocolo que supostamente trará 200 empresas para o Parque Tecnológico, nas vésperas das eleições”.
Das linhas de ação que propõe, destacou alguns pontos: “A revisão do PDM, sucessivamente prometida e adiada pela gestão do PSD, que constitui um instrumento essencial ao desenvolvimento do concelho. O investimento na qualidade da educação, com uma ligação estreita entre todas as partes envolvidas e o desenvolvimento de apoios aos alunos mais carenciados (sistema de troca de livros, por exemplo), aproveitando os bons recursos físicos existentes, para se alcançarem melhores resultados escolares. A recuperação do património degradado, na vila de Óbidos e nas freguesias. O combate à desertificação de Óbidos, que corre o risco de se tornar uma vila fantasma, apenas cenário de eventos, recorrendo a programas de incentivo ao arrendamento jovem e à utilização de imóveis camarários para habitação. Reforço da ligação aos concelhos limítrofes, em particular de Caldas da Rainha, nas áreas dos transportes públicos (ligação entre o TOMA e o OBI)”.
Assumiu “o compromisso de pressionar o governo para a conclusão das obras da barragem do Arnoia e das obras do regadio, com recurso aos fundos comunitários, e o compromisso de promover e apoiar a produção hortícola e frutícola do concelho, de alta qualidade, mas que pode ganhar maior valor acrescentado”.
“A defesa da linha do Oeste, intervenção na Lagoa de Óbidos, partilha de espaços de utilização comum, reforço do pacto de solidariedade entre o município, as freguesias, as IPSS e todas as associações do concelho para fazer frente à crise social que se vive, com ligação a todos os parceiros que podem ajudar”, são outras medidas em cuja concretização garantiu empenhar-se.
O candidato do PS referiu ainda que “é necessária uma nova política de proximidade com os munícipes, reforçando a democracia participativa”, comprometendo-se a criar o orçamento participativo, em que parte do orçamento municipal será gerida de acordo com propostas concretas dos munícipes.
Outra garantia que deixou foi “desenvolver uma gestão autárquica competente e sensata, firmemente ancorada nos princípios da eficiência, da transparência, da prestação permanente de contas perante os munícipes e da solidariedade”.
Francisco Gomes
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