Impunha-se um peixinho grelhado, o contexto, as recordações, a dieta alimentar assim o exigiam. Procurei a tradicional banca de peixe, que de geração em geração nos tem alimentado. Mudou de lugar, o Mercado sofreu algumas alterações, naturalmente para bem de todos e os peixinhos estavam numa zona nova, em bancas com gelo, todos muito fresquinhos e arrumadinhos, mas com o sol a dar-lhes em cheio. Eu sei que o clima aqui está alterado, eu sei que já passava do meio-dia, pelo que o astro rei estava a pino, mas senti-me muito perplexa com o que via. Inquirida a peixeira sobre a “nova moda de higiene” alimentar, ela com o sorriso e a esperança de sempre, respondeu-me: “Eles dizem que vêm pôr aqui qualquer coisa para tapar, mas ainda não vieram”. E foi a sua crença e confiança que me levaram a fotografar a banca e a adiar uns segundinhos o suculento almoço que me espera: é que primeiro é a obrigação e depois a devoção…leia-se: as coisas importantes devem ser logo feitas, as outras podem esperar…
Maria Susana Mexia
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