Na homilia, o sacerdote apoiado na liturgia dominical alertou os cristãos para a vivência correta das virtudes, humildade e humilhação, e sustentou que para além do serviço a “forma perfeita de amar é dar a vida”. “Jesus todos os domingos dá-nos uma dica, não para aprendermos a ser mais humildes, corajosos, justos, mas dá-nos uma catequese para aprendermos a ser como Ele, para que possamos amar como Ele ama, como se entregou na cruz dando a vida pelos seus amigos, por aqueles que O odeiam, por outros que o castigaram, por todos”, reforçou.
Para o padre Ivo, aquilo que é mais difícil de por em prática nos dias de hoje, independentemente do temperamento de cada um, é “ser humilde, ter uma visão exata e justa sobre nós próprios mas também sobre os outros, porque andamos constantemente a procurar mostrar que somos mais, daquilo que somos realmente”.
O sacerdote deu alguns exemplos concretos na vida diária e explicou como os fiéis devem encarar e realizar a sua própria ‘humilhação’. Com a consciência que muitas vezes “na nossa vida tendencialmente o nosso coração quer sempre mais e o melhor, quer ir sempre mais longe, e às vezes fá-lo apenas para me sentir bem, para me sentir superior aos outros e para que eles vejam; acontece também tantas vezes connosco em situações insaciáveis, no mundo da fama, com tanta popularidade, que quando termina, cai-se em determinados vícios, na droga, nas bebedeiras, no adultério, nas relações por conveniência”, manifestou o padre Ivo sublinhando a resposta para as realidades. “Porque há um vazio no nosso coração, que precisa de continuar a ser preenchido”, o sacerdote afirma que é necessário que exista humilhação, que significa ‘voltar à terra’, ter a consciência que “estamos sempre ao serviço e saber que somos iguais em dignidade, e que o Senhor pede-nos sempre para fazermos o melhor, mas que não seja por rivalidade, mas sim para a glória de Deus”.
Segundo o coadjutor das paróquias de Óbidos, Nossa Senhora da Aboboriz é modelo para a vida dos cristãos, como exemplo de mulher “sempre ao serviço dos outros e para bem dos outros”. “Maria quando soube que iria ser mãe de Jesus, não teve interesse próprio, não olhou a privilégios, apenas disse: ‘o Senhor olhou para a humildade da sua serva’, que significa que o Senhor nos Céus teve compaixão da minha miséria e levou-me até Ele”, concluiu o padre Ivo interpelando os crentes presentes a seguir os passos da “mãe protetora”.
Nas habituais intenções da ‘Oração dos Fiéis’, para além dos familiares, amigos e conhecidos que já partiram, especialmente os da paróquia de Amoreira, o padre Ivo Santos lembrou também os cinco bombeiros falecidos durante o mês de agosto, intercedendo a Deus pelos seus familiares e por todas as corporações de Bombeiros, “para que o Senhor os acolha no seu Reino e também as suas famílias sejam reconfortadas pelas graças do Senhor”.
Em atitude de fé e em veneração à santa padroeira, seguiu-se a procissão conduzida pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peniche, transportando as insígnias e os santos de devoção por dezenas de cristãos pelas principais ruas da aldeia, ao som da Banda Filarmónica da Moita dos Ferreiros. Eram muitos os fiéis que esperavam o cortejo religioso junto das suas casas, com as janelas e varandas engalanadas para acolher a passagem de Nossa Senhora de Aboboriz.
O arraial junto ao fontanário no centro histórico de Amoreira contou com serviço de quermesse, bar e restaurante, atraindo centenas de pessoas. O evento teve o apoio da Junta de Freguesia local e do Município de Óbidos.
O padre Ivo Santos, natural do Carvalhal Benfeito, que exerceu o seu primeiro ministério presbiteral no concelho de Óbidos, como vigário paroquial nos últimos dois anos, irá tomar posse como pároco nas paróquias de Évora de Alcobaça e de Turquel da Vigararia de Alcobaça – Nazaré, no dia 22 de setembro, na presença do Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa, D. Nuno Brás.
João Polónia
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