O resultado não espelha o que se passou durante os 90 minutos, mas penaliza a ineficácia dos caldenses e o nervosismo que apresentaram no primeiro tempo, altura em que sofreram o golo. O Caldas entrou com quarto reforços, Sidibé, Mustafá, Bacari e Telmo e três adaptações em relação à época passada com Militão a defesa direito, Sabino a estremo esquerdo e André Simões a organizador, mais perto do ponta de lança. Os reforços tinham deixado boas indicações no jogo de apresentação, mas neste encontro não renderam aquilo que já mostraram. Sidibé a defesa central pareceu duro de rins, apesar de bom jogo aéreo e a sua experiencia. Mustafá a médio, foi uma sombra da irreverencia que desenvolve no encontro da apresentação, talvez por ter jogado um pouco mais recuado. Bacari, ponta de lança esteve sempre muito tapado e depois deixou-se cair nas malhas da defesa com encoste que o derrubaram e só por uma vez o juiz da partida assinalou. Telmo como estremos direito, começou bem, mas apagou-se ao longo da partida. Quanto às adaptações, Militão foi o que cumpriu melhor. O defesa central, falta-lhe alguns centímetros, mas a qualidade está lá, e perante isso, o técnico colocou-o a defesa direito deixando o veterano André Jesus no banco. O jovem cumpriu, mas falta-lhe rotina para as subidas. Salvou o Caldas do dois zero numa saída precipitada de Luís Paulo e acabou o jogo na sua posição de origem a defesa central. André Simões, o médio jogou perto do ponta de lança e onde mais rende, a espalhar a sua técnica e a fazer jogar a equipa. Esteve bem durante toda a primeira parte, teve uma bola no ferro e só lhe faltou o golo. O velocista Fábio Sabino, esta época a jogar como estremo, entendeu-se muito bem com defesa esquerdo Flávio e foram criados muitos lances de perigo por aquela ala. Na segunda parte o treinador Ricardo Moura fez entrar João Rodrigues que trouxe mais agressividade ao ataque, mas pouco se alterou. Também entrou Marcel e André Jesus, que imprimiram velocidade e deram finalmente os cruzamentos ao flanco direito. Ainda foi marcado um golo que foi anulado e ficou por assinalar uma grande penalidade por alegada mão na boa do defesa forasteiro. O golo do Alcanenense foi apontado por Faia, num lance de bola parada à passagem da meia hora de jogo, num desvio de cabeça. Em suma o Caldas precisa ainda de mais entrosamento entre os atletas, e uma semana de descanso vem mesmo a calhar para que Ricardo Moura corrija algumas coisas que estiveram menos mal, pois o Caldas tem bons executantes, mas falta-lhe aquilo que o Alcanenense trouxe, pois não tem grandes executantes, mas possui atletas práticos e objetivos na troca e a criarem espaços para que as situações de golos apareçam. Uma nota final para a equipa de arbitragem que não mostrou qualquer cartão durante a primeira parte, preferindo por avisar os atletas, mas esta atitude e condição foi alterada no segundo tempo com alguns cartões e decisões na partida que deixam algumas dúvidas quanto aos critérios. No final da partida, Ricardo Moura falou aos jornalistas que disse que durante a primeira a jogar contra o vento, o Alcanenense “esteve um pouco melhor do que nós, do que o nosso meio campo, com futebol muito direto e a aproveitar o esquema tático. Foi através de um livre que chegaram à vantagem. A nossa equipa entrou bem no jogo e só depois do golo sofrido é que perdeu um pouco de discernimento. Na segunda parte entramos bem e tivemos o domínio do jogo. Jogamos sempre no meio campo do adversário, criamos diversas ocasiões de golo, mas não conseguimos aproveitar nenhuma. Ainda marcamos, mas o golo não foi validado. Acabamos por ter uma derrota que é injusta pelo que fizemos ao longo do jogo todo. O resultado mais certo seria o empate”.
Carlos Barroso
0 Comentários