Conhecidos por “Pomba” e “Galinha”, pode-se dizer que foram autenticamente caçados, após intensas vigilâncias dos militares do núcleo de investigação criminal do destacamento territorial da GNR das Caldas da Rainha, com a colaboração das forças especiais da PSP.
As operações ocorreram ao mesmo tempo nos bairros Quinta da Princesa e Santa Marta do Pinhal, ambos no concelho do Seixal. Para levar a cabo as detenções, a GNR mobilizou 15 militares do Núcleo de Investigação Criminal e cinco viaturas. Já a PSP disponibilizou dez equipas com cerca de 50 homens do Grupo de Operações Especiais, Corpo de Intervenção, Grupo Operacional Cinotécnico, Grupo de Intervenção Rápida e Divisão de Investigação Criminal.
Um dos homens tem 23 anos e é cabo-verdiano, o outro é um africano de 33 anos, que adquiriu a nacionalidade portuguesa mas que tem caducado o título que lhe permitia a permanência em território nacional. Ambos têm antecedentes criminais ligados a assaltos.
No dia 9 de julho, em conjunto com outro indivíduo, com 32 anos, de nacionalidade portuguesa, que os esperava num carro, terão protagonizado no Bombarral, o assalto a uma loja de compra de ouro, em que a funcionária foi agredida, manietada e ameaçada de morte com uma faca. Levaram 200 euros, dois computadores portáteis e um telemóvel.
O cúmplice, com cadastro, foi apanhado no dia seguinte na freguesia de Amora, concelho do Seixal, área de residência dos suspeitos, depois de ter sido avistado e seguido quando estava ao volante do carro que terá sido utilizado no assalto. Com a colaboração da PSP de Amora, foi intercetado. Tinha consigo a arma do crime e cerca de cem euros, metade do dinheiro que, segundo o comando territorial de Leiria da GNR, confessou ter roubado. Os restantes artigos não foram encontrados.
Permaneceu uma noite calabouços da GNR das Caldas da Rainha até ser presente a um juiz de instrução no tribunal do Bombarral, ficando a aguardar julgamento em liberdade, com termo de identidade de residência.
A investigação prosseguiu e permitiu identificar agora os outros dois suspeitos de envolvimento no roubo, que depois de prestarem declarações no posto da GNR das Caldas da Rainha, onde pernoitaram, foram ouvidos em primeiro interrogatório judicial no tribunal do Bombarral, para determinação da medida de coação. Ficaram em prisão preventiva, a aguardar julgamento, no estabelecimento prisional de Leiria.
“Temi pela vida”
Um dia depois de fazer 38 anos, a funcionária da loja de compra de ouro assaltada no Bombarral recebeu a amarga prenda de ter sido roubada e ameaçada de morte.
Os dois suspeitos detidos ontem apareceram de cara destapada à hora de almoço e aproveitaram o fato de não haver câmaras de videovigilância.
“Entraram com muita convicção para assaltar e gritaram para eu não reagir senão matavam-me”, contou ao JORNAL DAS CALDAS a funcionária, que resistiu. “Pediram-me dinheiro e eu disse que não tinha, então exigiram o ouro. Como ainda não tinha comprado nada, acabei por dizer que tinha dinheiro e enquanto um foi à gaveta buscá-lo, o outro pegou no computador da empresa e depois no meu. Foi quando resisti e agarrei no meu computador”, relatou.
“Deram-me um murro na mão com violência para largar o computador, ameaçaram-me de morte e encostaram a faca ao meu pescoço. Temi pela vida, porque a faca era enorme e empunha respeito. Acredito que podia ter morrido”, recordou a mulher, que há um ano, noutro assalto à mão armada à loja, ficou sem 800 euros.
Francisco Gomes
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