A apresentação de uma coleção de modelos exclusivos de calçado português em cortiça com aplicação da Renda de Bilros de Peniche, foi a grande novidade da Mostra Internacional de Rendas de Bilros que decorreu naquela cidade.
Em Portugal a arte da renda de bilros tem especial expressão nas zonas piscatórias do litoral, com maior relevo para Peniche e Vila do Conde.
Valorizar o trabalho da mulher rendilheira e a arte de tecer a Renda de Bilros, e apresentar produtos em renda onde impere a inovação, foi o objetivo da iniciativa promovida em Peniche.
As rendilheiras trabalharam ao vivo, mostrando o entrelaçado das linhas nas suas almofadas e fazendo soar a melodia dos bilros, cuja arte está a passar para as gerações mais novas. A autarquia criou escolas de rendas na Serra d’El Rei, Casais Brancos, Reinaldes, Atouguia da Baleia e Peniche, e setenta crianças estiveram a mostrar o que aprenderam.
Jorge Amador, vice-presidente da Câmara, mostrou-se agradado com a presença de um grande número de rendilheiras nacionais e internacionais a exibirem as suas técnicas. “Peniche recebe o maior certame internacional de sempre da Europa, com 20 delegações entrangeiras de 15 países”, destacou.
O Município procura também que as rendas tenham uma aplicação prática em produtos do dia a dia. “Estão muito válidas com as aplicações que temos estimulado, na moda, na joalharia e agora no calçado, para além da renda tradicional. Pretendemos manter a tradição, apostando em produtos inovadores”, disse o autarca.
Calçado feminino em cortiça com aplicação da Renda de Bilros de Peniche, pretendeu pegar numa tradição antiga e adequá-la à mulher moderna. Raquel Castro, criadora da RUTZ, revelou que “foram criados dois modelos em exclusivo para a Mostra Internacional de Peniche, que serão comercializados”. Hugo Batista, criador, acrescentou que é lançado um conceito inovador em que o próprio cliente pode criar um produto exclusivo. “É altamente personalizável. A pessoa pode escolher o padrão que quiser e criar o seu próprio modelo”.
Francisco Gomes
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