Os bombeiros fazem saber que lhes foi comunicado pelo Diretor Nacional de Bombeiros da Autoridade Nacional de Proteção Civil que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), organismo coordenador do Sistema Integrado de Emergência Médica em Portugal, que tem como missão definir, organizar, coordenar, participar e avaliar o referido sistema, “não aceitaria mais chamadas de alerta de meios de socorro pré-hospitalar dos bombeiros que não fossem triadas pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, com efeitos desde a meia-noite de 1 de agosto”.
Desta forma e respeitando estas novas determinações, sempre que os bombeiros receberem uma chamada de emergência, terão que fazer a sua transferência para o CODU – INEM.
“Assim, e por forma a garantir à população, o melhor e mais diferenciado apoio técnico possível, desde o primeiro momento, todas as chamadas de emergência devem ser feitas através do Número Europeu de Emergência – 112”, adianta.
A medida está a ser criticada por várias corporações e o presidente da Federação Distrital de Bombeiros, Mário Cerol, confessa que no dia 31 de julho “fomos surpreendidos pelas novas regras de atendimento para as chamadas de socorro pré-hospitalar. Assim a partir de dia 1 de agosto o INEM só aceita e atribui o seu número de ficha se as chamadas forem triadas diretamente pelos CODU. Se os Bombeiros receberem uma chamada, têm de a reencaminhar para o CODU e só depois e mediante autorização deste é que poderão sair em socorro”.
Segundo Mário Cerol, “esta situação resultou de uma reunião entre a Direção Nacional de Bombeiros, a Liga de Bombeiros Portugueses e o INEM sem ouvirem quem anda no terreno, quem dá a cara todos os dias, quem tem de ir em defesa e socorro do seu semelhante e que tem nos bombeiros os seus anjos da guarda, que nas horas de maior aflição nunca lhes disseram que não e que não estiveram 20 minutos para atender a sua chamada de socorro”.
“Esqueceram -se os senhores das reuniões, alguns por esquecimento outros por conveniência, que num estudo recente e aliás como tem sido habitual no mesmo estudo, que os bombeiros são a instituição que os portugueses mais confiam, sem dúvidas, porque será”, sustenta.
“Pergunto eu a quem determina estas invenções? E se a chamada for a porta dos nossos quartéis? Dizemos à pessoa ligue 112? Entre aqui para a nossa central e autorizamos as pessoas a fazer a chamada? Faço um apelo, deixem de brincar com o socorro e a saúde das pessoas, estas sim estão em primeiro, os caprichos de alguns e as imposições desnaturadas e desproporcionais a realidade portuguesa terão de ficar para um plano secundário”, manifesta Mário Cerol.
Francisco Gomes
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