Seja como for, com férias ou sem elas, o dever de um chefe de estado é pensar no seu povo e, valha-nos isso, os nossos governantes pensam sempre em nós. Por isso combatem os vícios humanos que poderíamos ter se tivéssemos mais dinheiro. Ultimamente, andam tão preocupados com o problema da obesidade a nível mundial, que quase não nos deixam comida no prato com medo que daí advenham problemas sérios que ponham em risco a nossa saúde. Levando à risca a velha máxima “deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer”, andam a fazer esforços enormes para nos tirar o sono e garantir, assim, que o nosso rendimento “per capita” aumenta e a Troika fica mais contente connosco. Com pouca comida e muitas insónias, ainda ficamos como o burro que, quando estava a dar lucro ao dono, morreu. Bem, os nossos governantes não querem isso: se morrêssemos todos, em quem iriam eles mandar? Sim, porque governante que é governante precisa de um povo em que mandar.
Nunca perdendo o nosso bem estar de vista, o nosso presidente da República deu-nos um “rebuçadinho” para alimentarmos as nossas cabecinhas e as nossas preocupações: há ou não eleições antecipadas? Há ou não acordo de salvação nacional entre os partidos de maior expressão eleitoral? E com isto andámos entretidos mais duas semanas… Religiosamente, os poucos que ainda tentam acompanhar as notícias, ligavam a televisão para ver os últimos desenvolvimentos do estado da Nação. No domingo, o grande chefe de estado fez uma grande comunicação à Nação: falou, falou e ficou tudo na mesma. Afinal, não se tratava do nosso futuro, nem da melhor forma de recuperarmos as finanças do nosso país – tratava-se, apenas, de um joguinho de cartas e interesses que visava simplesmente entreter o povo.
Há quem jogue cartas no café da esquina, há quem jogue cartas em casinos e até através da internet, por que não jogar para um país inteiro?
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