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Trabalhadores da higiene e limpeza acusam Câmara das Caldas de não cumprir lei

Francisco Gomes

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Os trabalhadores da higiene e limpeza da Câmara Municipal das Caldas da Rainha acusam a autarquia de desrespeitar a lei e não cumprir regras as boas práticas ambientais, com prejuízo dos cidadãos e dos próprios funcionários.
Segundo Tinta Ferreira, “em conjunto com a população será possível ter um concelho mais limpo”

“Como é visível, atualmente a cidade das Caldas está longe de ser um exemplo de higiene e limpeza. Na qualidade de funcionários, consideramos que este facto, não se deve à falta de empenhamento, dedicação e espírito de missão da nossa parte, mas sim a um total desprezo por parte de quem gere a autarquia em relação à nossa secção (higiene e limpeza), bem como para com os seus funcionários”, manifesta Luís Cândido, delegado sindical e representante dos funcionários da secção de higiene e limpeza.

Em carta enviada à nossa redação, Luís Cândido começa por referir que a viatura da lavagem de contentores utiliza unicamente água, sem qualquer desinfetante ou detergente. “De verão esta viatura está quase sempre parada, sendo nesta altura que os contentores precisariam de serem lavados com mais frequência”, sustenta.

“Com as viaturas da recolha de lixo, passa-se a mesma situação do lava contentores. No fim de cada turno estas são lavadas unicamente com água, não estando ao nosso dispor qualquer tipo de desinfetante para a sua lavagem. O único material para a lavagem de viaturas, é o shampoo automóvel e destina-se à viatura do presidente, esta sim, tem de andar lavada e desinfetada, no entender dos responsáveis da autarquia”, comenta.

Por outro lado, “a recolha de animais mortos a maior parte das vezes é feita para as viaturas da recolha de lixo, violando as regras do Plano de Destruição de Cadáveres de Animais de Companhia (PDCAC)”.

Os contentores subterrâneos na antiga praça do peixe e Rua Miguel Bombarda são “autênticos aterros sanitários no centro da cidade”. “A sua lavagem não é frequente e a manutenção do mecanismo elevatório dos contentores nunca é feita. Desta forma, cada vez que é necessário despejar esses contentores subterrâneos, são desperdiçados alguns litros de óleo da viatura, uma vez que o sistema elevatório está acoplado à viatura. Resultado, prejuízo para a Câmara em óleo, ficando ao mesmo tempo a via publica fica suja de óleo, tornando-se um perigo para os transeuntes”, refere.

Luís Cândido indica ainda que a viatura camarária de recolha de cartão “trabalha em total dessincronia com os lojistas”, em vez de ser “uma mais-valia na recolha de cartão e papel, podendo trazer melhorias ecológicas e financeiras para a autarquia, através do total aproveitamento deste material”.

“Os contentores da zona industrial são autênticas lixeiras a céu aberto. Servindo para por todo o tipo de lixo, inclusive lixo industrial, que deveria ter outro tipo de tratamento. As grandes superfícies comerciais (em particular o Modelo Continente) não separam o seu lixo. Sendo bastante frequente encontrar restos de peixe, comida, lixivia e óleos nos contentores”, descreve.

“A falta de renovação do equipamento de trabalho e a inexistência de uns balneários dignos desse nome”, são outras situações relatadas.

Sobre a situação laboral, o delegado sindical denuncia o “não pagamento do subsídio de turno, durante os 12 meses do ano de acordo com a lei” e a “violação da lei das 35 horas de formação anuais”. “Na nossa secção nunca houve formação de espécie alguma. Sabemos que noutras secções esta é constante. Existem funcionários de 1ª (talvez os ligados ao PSD) e os de 2ª que somos nós”, desabafa.

Queixa-se também de “inexistência de reuniões de trabalho, para que possamos dar ideias de como podemos prestar um melhor serviço aos munícipes.

“Durante estes últimos anos tentámos ser ouvidos, quer por parte de quem gere a Câmara, quer por parte de outras forças políticas da cidade das Caldas. De todos obtivemos indiferença. Apenas uma se mostrou interessada em nos ouvir, tanto em defender os nossos direitos como funcionários como a acolher e debater ideias que possam melhorar a higiene e limpeza da nossa cidade. Essa pessoa foi o senhor Manuel Isaac [vereador do CDS], que sempre que foi solicitada a sua presença na nossa secção respondeu positivamente, dando importância aos funcionários da higiene e limpeza, a quem o senhor Fernando Costa uma vez chamou de lixeiros”, declara Luís Cândido.

O delegado sindical, em nome dos funcionários da secção de higiene e limpeza, agradece ao autarca do CDS, e manifesta-lhe apoio à sua candidatura à presidência da Câmara, sustentando que “as Caldas precisam de outros horizontes”.

Presidente da Câmara garante respeitar trabalhadores e melhorar condições

O presidente da Câmara em exercício, Tinta Ferreira, mostra-se “surpreso” com as queixas do delegado sindical Luís Cândido sobre o funcionamento do Serviço de Limpeza.

“Foi com surpresa que tomámos conhecimento. Quer anteriormente, quer agora, sempre estivemos disponíveis para reunir com os sindicatos e com os funcionários de qualquer serviço”, afirma o autarca.

“Consideramos que corresponderia ao cumprimento do dever de lealdade a marcação de uma reunião para melhor esclarecimento e tratamento destes assuntos antes de os discutir na praça pública”, sustenta, e adianta: “Pelo que se deduz na carta, há a intenção, nesta altura pré-eleitoral, de aproveitar estes assuntos para fazer acusação política a uns e elogios a outros, o que registamos”.

Tinta Ferreira esclarece que “estamos condicionados pelas leis em vigor que limitam a assunção de novos de novos compromissos e impedem a contratação significativa de novos recursos humanos e aquisições de equipamento e material em quantidade. Apesar disso, estamos a tentar melhorar os serviços e vamos continuar a fazê-lo”.

De acordo com o presidente, algumas questões levantadas estão a ser apreciadas e caso se justifiquem serão melhoradas. “Outras há que, ou já foram objeto de esclarecimento público, ou revelam desconhecimento por parte do sr. delegado sindical”, refere.

E dá o exemplo: “A viatura de lavagem de contentores utiliza apenas água porque, segundo informação obtida, o equipamento não permite a utilização de produtos químicos. A lavagem apropriada é feita com jato de alta pressão”

Quanto à reciclagem de papel, “os lojistas estão avisados da hora de passagem das viaturas. Infelizmente nem todos colaboram adequadamente”.

“Os casos de procedimento indevido por parte das empresas referidas devem ser denunciados e encaminhados para as autoridades competentes”, declara Tinta Ferreira.

Relativamente ao equipamento de trabalho, “se for solicitada a sua substituição justificadamente será substituído”.

“Só quando for permitido o recrutamento de um número significativo de funcionários será possível resolver grande parte das questões levantadas. Como já foi esclarecido, tal não é possível nesta fase”, afirma o autarca.

Tinta Ferreira assegura que “vamos ter uma postura de permanente melhoria dos serviços prestados e das condições de trabalho dos nossos funcionários, independentemente do serviço em que estão inseridos”.

“Os trabalhadores da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados merecem o nosso respeito e queremos que se sintam valorizados”, manifesta, dando como exemplo o pagamento do subsídio de férias a todos os trabalhadores em junho

“Consideramos também que esse respeito deve ser mútuo, pelo que apelamos ao diálogo interno antes de qualquer outra iniciativa. Em conjunto com a população será possível ter um concelho mais limpo”, conclui.

Francisco Gomes

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