Era o segundo casamento de Alzira Silva, de 52 anos, natural de Lisboa. O casal tinha uma filha de 16 anos, que na altura não estava no apartamento onde ocorreu o crime, no nº3, 6ºdto, da Praceta António Montez. Do primeiro casamento, a vítima tinha outra filha, de 26 anos.
Nada fazia prever este desfecho, apesar do homicida estar a sofrer uma depressão, dizem os vizinhos, por causa de não ter emprego fixo.
O homem foi motorista de pesados numa empresa de materiais de construção civil na zona industrial das Caldas da Rainha e fazia serviços ocasionais de pedreiro. Mas o dinheiro escasseava em casa. A esposa tinha um historial de doenças que a impediam de fazer grandes esforços para trabalhar.
“Não sabia de nada de mal na relação entre eles. Pensava que era boa. Estou surpreendida e em estado de choque”, comentou Quitéria Dias, mãe da vítima, que se deslocou à casa da filha logo que soube do crime.
“Ela não falava comigo”, desabafou a progenitora, que mora a escassos metros da filha. Apesar de há algum tempo não ter um relacionamento com Alzira Silva, a mãe disse que “nunca suspeitei que isto pudesse acontecer”.
“Eles começaram a ter problemas desde que ele ficou desempregado. O homem entrou em depressão e dizia à Alzira que se matava e não queria ir ao médico”, contou Maria José, amiga da vítima.
“Ela até tinha medo de o deixar sozinho em casa com receio de que ele cumprisse a ameaça”, adiantou.
Na véspera, José Correia foi ao médico. “Receitaram-lhe medicamentos e disseram-lhe para ficar em casa com a indicação de que se não melhorasse teria de ser internado. Fiquei admirada com o que se passou, porque o casal apenas tinha discussões normais e nada deste género”, manifestou.
Cerca das quatro da tarde, após uma discussão, José Correia matou a mulher. De seguida telefonou para a polícia e esperou a chegada dos agentes, que o algemaram e levaram para a esquadra. Os inspetores do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária apareceram depois para averiguar os vestígios.
O corpo foi removido pelos bombeiros de Óbidos para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras para ser autopsiado.
Na tarde de segunda-feira, o homem ficou em prisão preventiva. A medida foi decidida depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial.
José Correia foi ouvido pelo juiz de instrução criminal do tribunal das Caldas da Rainha. Saiu algemado e com a medida de coação mais grave – a prisão preventiva na cadeia de Leiria – enquanto aguarda julgamento.
Francisco Gomes
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