Segundo a Comissão, “este adiamento tem origem na falta de material circulante para garantir horários com maior frequência de composições”.
“Confirmando-se este facto, podemos concluir que isto é resultado da política de destruição da CP, que tem por base a minimização da importância estratégica do transporte ferroviário e que levou já ao encerramento de centenas de quilómetros de linha férrea, à ausência de investimento para a renovação e modernização de infraestruturas e material circulante e à destruição de centenas de postos de trabalho”, adianta.
“No caso concreto da Linha do Oeste, não há material circulante suficiente, nem para a satisfação das atuais necessidades de horários que, diga-se em abono da verdade, são bem poucas. E por isso, de há uns tempos a esta parte, vários foram os dias em que se verificou a supressão de comboios. E, até agora, apesar de saber que precisa de mais composições para garantir horários com maior frequência de comboios, a CP não tomou quaisquer medidas credíveis para que aquele objetivo seja concretizado a curto prazo”, lamenta a Comissão.
“O presidente da CP, quando anunciou em Leiria, no passado mês de maio, a introdução dos novos horários para “meados de julho”, deveria já ter garantidas as condições para a sua concretização. Como tal não aconteceu, aí está o primeiro adiamento. Cada dia que passa, em que não são introduzidas pelo menos estas medidas anunciadas, a Linha do Oeste perde, mais e mais, passageiros”, sustenta.
A Comissão pretende que com a maior urgência sejam encontradas as condições para a concretização dos novos horários, sejam clarificadas pela CP e pela REFER, quais as restantes medidas de requalificação que pretendem concretizar, e quer ainda ser ouvida pelo presidente da CP sobre o modelo de novos horários, “apesar de estar solicitada, desde abril, uma reunião que até hoje não foi marcada”.
Francisco Gomes
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