Foi desta forma que Carlos Carujo se deu a conhecer como cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Câmara das Caldas. A apresentação teve lugar na passada segunda-feira na pastelaria Machado.
O professor elencou as prioridades: “Um programa de emergência social que apoie as vítimas da crise; aposta num projeto de reabilitação urbana que não fique por uma intervenção cosmética, casuística e limitada; aprofundamento de plano de desenvolvimento local participado com vista à criação de emprego de qualidade; defesa intransigente dos serviços públicos (da água como bem público, da dragagem permanente da Lagoa de Óbidos, do termalismo, da escola pública preterida nas Caldas da Rainha em nome do negócio, do sistema nacional de saúde tão desvalorizado, dos serviços públicos de proximidade como os correios).
“Insistentemente, a cidade termal é afetada por uma estranha bactéria. Dizem os especialistas que é por falta de investimento. Assim vai o concelho e o país, condenados a uma política económica de desinvestimento que apenas poupa para ter de gastar mais e que prejudica assim toda a economia local. À nossa bactéria poder-se-ia chamar incompetência e liberalismo”, comentou.
O partido propõe criar um projeto de reabilitação urbana ao nível concelhio, ligado a um plano de ordenamento e a uma rede de transportes públicos.
“Descentralizar competências e valorizar as freguesias, o que passa também por anular a revisão do mapa autárquico e a extinção de freguesias, e o reforço das competências da Assembleia Municipal e o seu funcionamento descentralizado pelo concelho”, são outros objetivos do BE, que não deverá apresentar candidatos em todas as freguesias.
O BE quer aprofundar o processo de Orçamento Participativo, dinamizar a Agenda 21 local e promover outros instrumentos como a petição popular, a consulta pública ou o referendo local. A candidatura do Bloco de Esquerda pretende também “combater as desigualdades entre freguesias rurais e urbanas, subúrbios e centro”.
Lino Romão é o candidato à Assembleia Municipal. “Gostava de ver nestas autárquicas uma grande participação cívica”, disse, fazendo notar que “desta vez não ganha o do costume”, pois “não se candidata o dinossauro habitual”.
Criticando duramente os presidentes de junta que “traziam mandados das suas assembleias para votarem contra o novo mapa autárquico”, sublinhou que “sem pudor nenhum, na Assembleia Municipal cometeram um ato de traição à democracia, que em circunstâncias normais devia até levar à perda de mandato. Em obediência ao chefe local, votaram a favor da reorganização administrativa”.
“O concelho não é um exemplo de uma sã vida democrática”, considerou.
Fernando Poeiras, mandatário político, apontou ser necessário dar “dignidade à política”, sustentando que os dois candidatos do BE dão garantias de “uma maior liberdade e justiça”.
“O Governo falhou”
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, marcou presença na apresentação dos candidatos. Falando da política nacional, defendeu a convocação de eleições legislativas, porque “o Governo falhou de forma clamorosa com a política de austeridade”.
“O segundo resgate de Portugal já está a caminho, porque a política de empobrecimento do país tem criado uma dívida cada vez mais alta”, manifestou.
“A governação tem de ter credibilidade. Mas ninguém pode confiar neste Governo”, reforçou, defendendo que o Presidente da República tinha obrigação de marcar eleições. “Mas não deve ser ao mesmo tempo que as autárquicas, têm de ser antes”, frisou.
“O BE está disponível para uma solução de Governo sustentável”, concluiu.
Francisco Gomes
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