Hão de sentar-se à mesma mesa e tomar decisões importantes para as nossas vidas, que desde a revolução de abril têm sido muito mal geridas pelos partidos de maior expressão eleitoral: PS e PSD. Há poucos anos, o CDS/ PP tornou-se o fiel da balança para garantir o equilíbrio da maioria e garantir a governação.
Tem razão o presidente. Quem o escreveu, que o leia, que é como quem diz: quem assinou o memorando que se chegue à frente e garanta que os mercados não desconfiam de nós, que as bolsas não caem ainda mais e que o resto da Europa nos empresta mais dinheirinho enquanto não pagamos os calotes.
O problema é que os ditos senhores estão mais preocupados com o seu umbigo político do que com o bem da nação. Cada um deles faz lembrar o rei francês Luís XIV que dizia “O Estado sou eu”. Bem, há quem ainda não seja Estado, mas queira tanto sê-lo que até já se dá ares de majestade e se põe em bicos de pés, pondo-nos a nós em “estado de sítio”.
Se D. Afonso Henriques tivesse adivinhado o que fariam as gerações vindouras, com certeza não teria lutado tanto para que fossemos um povo independente de Espanha. Esse sim: confrontou a mãe e o avô, rei de Espanha, por um bem maior: um pedaço de chão a que deu o nome de Portugal. Correu o risco de ser deserdado, desprezado pela família, rejeitado por todos os povos da Europa. Nada o demoveu. Havia um bem maior que se impunha aos sacrifícios individuais. Mas homens dessa casta, o nosso chão já não dá há muito tempo.
Talvez por estar ao abandono desde há muito, a nossa terra só produz “fenómenos” políticos de qualidade duvidosa: falam muito não fazem nada; prometem muito, não cumprem nada; projetam muito, não acabam nada…
Não se pede muito a estes homens: não se lhes pede suor nem sangue, apenas que dialoguem e encontrem uma forma de renegociar a dívida de forma a aliviar a canga dos impostos que nos faz vergar todos os dias um pouco mais.
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