Esta edição superou largamente o número de visitantes da edição anterior, principalmente durante a tarde. “Noto que já souberam que havia e estão a vir mais durante a tarde”, indicou uma jovem vendedora, embora tenha sido mais à noite que se verificou um maior impacto.
Os visitantes mostraram-se bastante satisfeitos com esta iniciativa “porque existe convívio, as bancas dão a conhecer os seus produtos e os caldenses têm que sair da zona de conforto, ou seja, do sofá e sair, conviver, porque Caldas da Rainha anda muito morta”, expressou outra participante.
“Em Portugal vive-se uma crise muito grande e isto é uma forma dos jovens mostrarem aquilo que conseguem fazer e de certa maneira retirarem o peso desta crise social que está a acontecer”, comentou Tiago Colaço, um ilustrador que expôs o seu trabalho no Bazar.
“Esta é uma forma que achamos que é interessante para tentar criar algum respeito pelo valor do trabalho criativo”, manifestou Filipe Santos, que defendeu que “a ideia de que os artistas ou os designers são uma espécie de grupo à parte que não se enquadra muito nas regras normais de uma sociedade dita normal é errada e queremos mostrar que são pessoas iguais às outras, umas com uns interesses, outras com outros, e achamos que espaços como este são uma boa forma de cruzar esses interesses”.
Uma aposta que a organização fez para o Bazar foi a introdução da componente do produto biológico e do Food Design. Segundo Filipe Santos, “achámos que o formato de mercado tinha de ter uma componente gastronómica que também é importante para trazer e fixar pessoas”, realçando que “não quisemos que fosse uma componente gastronómica de uma forma qualquer”. Exemplo disso foi a exploração de novos produtos, particularmente um produto que foi só pensado para este evento: “A beijoca das Caldas é uma brincadeira desenvolvida por nós em que se pega num beijinho das Caldas, tira-se aquela capa de açúcar e faz-se uma cobertura de chocolate. É uma coisa extremamente simples”, descreveu Pedro Colaço, um dos organizadores que faz parte da CR&ATIVA.
Em conjunto com este evento, estiveram em exposição as peças originárias da coleção dos pacotes de açúcar ‘O Falo das Caldas – Tradição e Inovação’ no átrio da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo e aberto ao público durante o dia e no horário do Bazar.
A organização garante que “não será de certeza a última iniciativa que nós vamos desenvolver para que a cidade renasça das cinzas”.
Nicola Henriques, que também faz parte da organização, adianta que a próxima programação será: 27 de julho – RAIZ – Feira de Artesanato Português; 10 de agosto – Bazar à Noite; 24 de agosto – RAIZ; 14 de setembro – último Bazar à Noite.
O que difere estas duas atividades é que “o Bazar à Noite está mais ligado à arte contemporânea, design, edição independente, roupa vintage, enquanto que a RAIZ é artesanato português puxando à raiz de algumas áreas de artesanato específicas”.
Ambas as iniciativas irão decorrer na Praça da Fruta, intercaladas de 15 em 15 dias.
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