O que é que eu faço com o meu tempo e porque é que faço?
Eu corro, mas corro para onde?
Eu estico a perna, o braço, o cérebro, mas porquê, para quê, para quem?
O mais fácil é olhar de relance para estas perguntas (elas estão sempre lá) e ir andando… ou ir correndo. Correr para o fim de semana, para o aumento do ordenado, para as férias nas Maldivas; correr da Páscoa para o Natal e do Natal para a Páscoa (já estamos no Natal outra vez?).
Mas mesmo para quem já corre noutro campeonato, tem que haver um post-it amarelo colado em tudo o que fazemos que nos lembra as respostas quando a memória falha.
– Senhora Enfermeira, dói-me a memória.
– Dói-lhe o quê? A cabeça?
– Não, a memória.
Pois deve doer, Sr. Manuel. E das duas uma: ou é da flexibilidade para o dia caber nas vinte e quatro horas enquanto foge das perguntas essenciais; ou da flexibilidade que foi preciso ter para correr de post-it em post-it desde o Natal passado.
Frederica Vian Costa
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