Q

Greve dos professores aos exames nacionais afeta alunos caldenses

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Lisandra Caires, do 12º AV (Artes Visuais), não pôde fazer o Exame Nacional de Português, na passada segunda-feira, devido à greve de professores. Como ela estiveram mais 31 alunos na mesma situação.
Na Escola Secundária Bordalo Pinheiro, 32 dos 91 alunos do 12º não realizaram o exame de Português

Lisandra Caires, do 12º AV (Artes Visuais), não pôde fazer o Exame Nacional de Português, na passada segunda-feira, devido à greve de professores. Como ela estiveram mais 31 alunos na mesma situação.

Na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, 88 professores aderiram à greve no primeiro dia de exames do ensino secundário, levando a que 32 alunos não realizassem os exames de Português e Português Língua Não Materna, em contraste com os 59 que conseguiram fazer.

Segundo a vice-presidente da Escola, Clara Lopes, estavam disponíveis seis salas e duas não funcionaram por falta de vigilantes.

As salas tiveram de ser dispostas por ordem alfabética, pelo que os alunos com nome iniciado desde a letra L à letra Z ficaram de fora.

Apesar do descontentamento pela greve no dia dos exames, por parte dos alunos prejudicados não houve manifestações. Para alguns, contatados pelo JORNAL DAS CALDAS, era uma possibilidade que já anteviam poder acontecer. O principal motivo de revolta era que uns tenham feito exame e outros não.

Cenário diferente verificou-se nas outras duas escolas com 12º ano nas Caldas da Rainha. Na Escola Secundária Raul Proença os exames de Português e Português Língua Não Materna foram realizados na totalidade.

Segundo relatou um estudante, Miguel Ferreira, “obviamente que é injusto, vergonhoso até, algumas pessoas fazerem exame e outras não”.

“Não pactuo é com um conjunto de professores que se juntou à frente dos portões, como que para intimidar os que decidiram de outra forma”, referiu.

No grupo do Facebook Em Defesa da Escola Pública no Oeste, o professor de Português João Pereira, com vinte anos de carreira, comentou que “na Escola Secundária de Raul Proença todos os alunos realizaram exame. Ao que me disseram, apenas uma professora da Escola compareceu. Quer isto dizer que foram os colegas de outros ciclos que asseguraram o serviço”.

“Sinto-me orgulhoso por trabalhar na Secundária Raul Proença, escola onde os professores mostraram solidariedade, união e compreensão dos motivos desta greve. Sinto-me envergonhado por pertencer a um Agrupamento onde docentes não se preocuparam com o futuro da sua profissão, nem com as condições em que estarão a trabalhar. Desdenharam, também, os colegas que em setembro perderão o seu emprego”, manifestou.

No Colégio Rainha D. Leonor nenhum dos docentes aderiu à greve, conseguindo os alunos realizar o exame de Português e Português Língua Não Materna. Os alunos estão preocupados com o facto de alguns alunos terem feito e outros não. Uma aluna, Nathalia Reis, declarou que “ficamos indignados e preocupados com esta situação, são as nossas notas e os nossos exames que estão em jogo”.

Os alunos de Caldas da Rainha, tanto os que fizeram e os que não fizeram, sentem-se injustiçados e lamentam não terem estado todos em igualdade de circunstâncias.

Depois de três rondas negociais falhadas, com trocas de acusações de inflexibilidade de parte a parte, os professores avançaram para a greve, contra a aplicação a toda a função pública das novas regras laborais, que passam por um regime de mobilidade especial e pela alteração do horário de trabalho das 35 para as 40 horas semanais.

A greve dos professores teve uma adesão de 90% dizem as federações. Já segundo o ministro da Educação, Nuno Crato, os exames de Português e de Português Língua Materna foram realizados em 70% dos casos.

A nova prova de Português será realizada no dia 2 de julho, informou o Ministério da Educação.

Sofia Marques/Stephanie Antunes/Maria Marques/Francisco Gomes

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Detido por incendiar casa que companheira abandonou com queixas de violência

Um homem de 40 anos, suspeito de ter incendiado a habitação e um anexo nas Caldas da Rainha onde residia com a companheira, ficou em prisão preventiva. O ato terá sido cometido num contexto de diversos episódios de violência doméstica e quando o homem agiu sob efeito de álcool e por vingança por ela o ter abandonado.

incendiario

Festival da Ginja de Óbidos em Amoreira

O 10º Festival da Ginja de Óbidos vai decorrer em Amoreira, numa organização da Junta de Freguesia, nos dias 27, 28 e 29 de junho.

ginja

Estratégias para o comprador de um automóvel ficar satisfeito

A importância do foco no atendimento do cliente na aquisição de uma viatura para que seja melhor adaptada às suas necessidades e para diminuir dúvidas e incertezas e aumentar a sua confiança, deve ser uma preocupação de quem é profissional de vendas de automóveis.

estrategias