A atual eleita na assembleia de freguesia de Nossa Senhora do Pópulo contou com uma assistência de centena e meia de apoiantes, a quem começou por dizer que tem a noção “da esperança de muitas pessoas que, neste momento, pesa sobre mim”.
“Queremos um poder local transparente e participativo, onde nos possamos incluir na procura e na aplicação de soluções. Queremos olhar para o concelho no seu todo de uma forma inclusiva, onde haja uma maior ligação entre os habitantes das zonas do interior e do litoral, aproximando a cidade do seu concelho”, manifestou.
“Revitalizar a economia local, quer a nível do comércio e indústria, quer a nível das potencialidades turísticas do concelho, dando o devido valor aos recursos, quer edificados, quer naturais, quer humanos”, é uma das suas apostas.
Teresa Serrenho disse estar ciente das dificuldades que a espera por ser tratar de uma candidatura independente, sem suporte de partidos políticos. A candidata é vice-presidente da Associação dos Movimentos Autárquicos Independentes e apontou que “tudo fizemos nos três anos da nossa existência para conseguirmos que as candidaturas independentes tivessem igualdade de tratamento e de oportunidades”.
“Foi finalmente levada à Assembleia da República a proposta de alteração da lei que não concede aos independentes os mesmos direitos dos partidos políticos, nomeadamente o direito de ter um símbolo próprio presente no boletim de voto, o excessivo número de assinaturas necessárias, a desigualdade de tratamento face ao financiamento dos partidos e, sobretudo, o escandaloso facto de os partidos estarem isentos de IVA nas suas ações e materiais de campanha e as candidaturas independentes terem que o pagar”, revelou.
“A lei não foi aprovada, conseguindo o hemiciclo travar a vontade de uma população que se bate por igualdade na participação e ignorar a opinião de entidades imparciais, como a Provedoria de Justiça”, indicou. No seu entender, é uma “situação de desigualdade deliberadamente mantida para nos afastar”.
Mas Teresa Serrenho não se deixa intimidar e anunciou que os recursos financeiros necessários virão do contributo dos apoiantes.
Pretende ter uma campanha participativa e por isso levará a cabo a organização de um ciclo de sessões a que chamará “Ouvir o Concelho”, a decorrer no mês de junho em todas as freguesias. Dessa forma construirá “ o primeiro programa eleitoral participativo das Caldas da Rainha”.
A candidata terá a sede de campanha na Rua Henrique Sales, nº 50. Depois de se deslocar às freguesias do concelho e ouvir as populações, decidirá, com base nos apoiantes, se irá apresentar candidatura em todas as freguesias.
Noutra ocasião apresentará o candidato à Assembleia Municipal e os mandatários. “Temos de fazer uma coisa de cada vez, para que a comunicação social fale de nós”, justificou, considerando que os partidos têm mais “tempo de antena”.
A candidata contou com a presença de Paulo Teixeira de Morais, professor universitário. “No acesso ao eleitorado, os partidos tradicionais têm uma capacidade de influência que lhes é dada pelo maior instrumento de propaganda que são as televisões”, alertou Paulo Morais, incentivando-a a “lutar pela transparência e por acabar com um sistema em que autarcas ao longo de trinta anos deram emprego aos apoiantes e negócios aos amigos”.
Conceição Couvaneiro apresentou a candidata e disse apoiá-la “pela força de lutar pelas causas justas, pela capacidade empreendedora e rigor que tem posto em toda a sua vida”.
Compareceram também candidatos independentes a várias câmaras do país. Teresa Serrenho aproveitou para anunciar o seu apoio ao Movimento pelo Nadadouro, igualmente independente, cujo candidato, João Martinho, jurista de 29 anos e elemento da assembleia de freguesia do Nadadouro, equaciona a hipótese de ser o candidato de Teresa Serrenho, o que ainda não está definido.
Um dos intervenientes na sessão de apresentação fez notar que desde que Teresa Serrenho anunciou a candidatura na comunicação social “começou a falta de respeito”. Um indício que a entrada na corrida eleitoral pode incomodar outras candidaturas.
No sábado arrancou a campanha de recolha das cerca de 2100 assinaturas necessárias para a apresentação da lista à Câmara. Ao mesmo tempo serão recolhidas as assinaturas que são precisas para poderem haver candidatos aos restantes órgãos autárquicos.
A presença na Internet é um dos meios de divulgação da campanha, através do site http://viveroconcelho.pt, do facebook em http://facebook.com/viveroconcelho e do twitter em http://twitter.com/viveroconcelho.
Professora e empresária
Nas anteriores eleições, Maria Teresa Serrenho foi candidata à Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, igualmente numa lista independente (Viver a Cidade), explicando na altura que queria “agitar as águas mornas”, perante o “desencanto que é comum a muita gente em relação aos políticos”.
“A cidade está descaracterizada e perdeu a sua vida ativa”, declarou então, mantendo atualmente a mesma ideia.
Não ganhou a presidência da junta, mas o seu movimento conseguiu dois dos treze lugares na Assembleia de Freguesia.
Nascida a 7 de abril de 1956, nas Caldas da Rainha, teve a sua vida profissional dedicada à docência. Foi diretora do agrupamento de escolas de Campelos, em Torres Vedras. Foi professora nas Caldas e presidente da Associação de Artesãos das Caldas da Rainha. Foi mentora da Universidade Sénior e sócia fundadora da Infancoop. Teve projetos empresariais como a empresa Licores Malandrice e a Bombondrice.
É responsável pelo movimento Viver o Concelho e vice-presidente da Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes.
Francisco Gomes
0 Comentários