Para Manuel Queiró, o “novo modelo” vai permitir a circulação de “comboios mais rápidos” e “mais baratos”, “nos percursos que podem ser concorrentes com o rodoviário, para que os passageiros tenham uma alternativa e possam escolher o comboio mais adequado e adaptado às suas possibilidades financeiras”.
Entre as novidades estão três ligações diretas entre as Caldas da Rainha e Coimbra (com tempo de viagem previsto de 1h55, a um preço de 11,3 euros), o aumento de soluções de mobilidade entre a cidade caldense e Leiria (tempo: 00h55; preço: 5,6 euros), com paragem em todas as estações e apeadeiros, exceto Cela (Alcobaça) e Fanhais (Nazaré), uma vez que têm “uma procura muito residual” (aponta o novo modelo), assim como mais serviços de proximidade entre Lisboa e Caldas Rainha. Está também previsto criar um ‘passe’ único para enlace à oferta urbana rodoviária. No que se refere à zona Sul da linha, entre Lisboa e Caldas da Rainha, haverá um reforço de comboios.
“Este novo modelo modifica tudo: horários, paragens, rapidez, e essa nova habituação a este novo modelo implica um grande esforço de marketing e de divulgação, no qual as autarquias vão colaborar intensamente com a CP, assim como implica uma ligação mais fácil às estações, e nisso as autarquias são chamadas a ter um papel fundamental”, reforçou Manuel Queiró.
“Esperamos demonstrar muito rapidamente, ainda este ano, que este modelo é viável e que permite a continuação da linha do Oeste, mas, atenção, os efeitos vão surtir a prazo”, alertou o presidente da CP. Ou seja, “vai ser com a habituação, com a viabilidade e a manutenção dos horários que as pessoas vão lentamente regressar ao ferroviário, que é, de facto, segundo todas as opiniões, o modelo sustentável de futuro que temos de privilegiar, em detrimento de uma excessiva utilização do rodoviário e do automóvel”, realçou o responsável.
Eletrificação da linha é uma aspiração
A eletrificação daquela linha ferroviária é uma aspiração e desejo das entidades que integram a plataforma que defende a sustentabilidade da linha do Oeste. Assim fez saber o porta-voz do ‘movimento’ e autarca das Caldas da Rainha Fernando Costa. “Há melhorias ainda a introduzir” e “entendemos que é importante a eletrificação da linha do Oeste. Em vez de TGV’s [comboios de alta velocidade], a eletrificação é necessária logo que possível”, apelou o responsável.
Na resposta, o presidente da CP frisou tratar-se de “uma aspiração que nasceu desta concertação” e de “uma medida” que terá de ser colocada “à tutela política”, a fim de que possa fazer parte de futuros planos de investimento da Refer.
Já sobre a possibilidade de fechar apeadeiros, Manuel Queiró esclareceu que só acontecerá “quando se verifique que, praticamente, já não têm passageiros. Quando tiverem um passageiro por dia, nessa altura daremos prioridade à rapidez, para que o comboio possa ser competitivo”, esclareceu, sublinhando ainda que o novo modelo da linha do Oeste “vai implicar uma poupança”, uma vez que terá “menos custos de exploração”.
No início da reunião, o responsável fez saber que a “falta de passageiros” tem provocado um “défice de exploração da linha de cinco milhões de euros por ano”.
Câmaras comprometem-se a ajudar a viabilizar novo serviço
Fernando Costa esclareceu aos jornalistas que a linha do Oeste “pode ser sustentada e os municípios vão colaborar na publicitação e na criação de melhores transportes urbanos até às estações”, e “também colaborar, em alguns casos, em fazer parques de estacionamento perto das estações”.
O responsável sublinhou que “valeu a pena que as populações viessem para a rua defender a linha que tanta falta faz”, e agradeceu também ao Governo, porque “teve, neste caso, bom senso”, ao não avançar com o encerramento da linha do Oeste, como estava prevista no anterior Plano Estratégico dos Transportes (PET).
Nuno Henriques/Diário de Leiria
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