Q

Previsão do tempo

16° C
  • Friday 17° C
  • Saturday 15° C
  • Sunday 15° C
16° C
  • Friday 17° C
  • Saturday 15° C
  • Sunday 15° C
17° C
  • Friday 17° C
  • Saturday 15° C
  • Sunday 16° C

Que futuro para as Caldas? Que candidaturas para as Caldas?

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
As bactérias do Hospital Termal podem ter traçado o início de um novo paradigma para o termalismo nas Caldas da Rainha. Agora, não chega resolver o problema do Hospital Termal (caso seja possível nele intervir), mas essencialmente desenhar o futuro à luz desta mudança e, consequentemente, de uma visão ambiciosa e um adequado modelo de gestão. E para tal são necessários contributos positivos de todos e indispensável a participação ativa de quem tem feito desta atividade o seu campo de estudo ou exercício profissional. O debate que, em boa-hora, a cidadania caldense organizou no passado dia 10 do corrente confirmou potencialidades, mas também preconceitos, sendo que foi revelador o estado de alguma falta de informação por parte de responsáveis. O esclarecimento não foi plenamente conseguido, pelo próprio decurso do debate, que não atingiu todos os temas previstos, designadamente, “que cidade termal?”, no qual se poderia discorrer mais facilmente sobre o futuro. Dos putativos candidatos à câmara municipal, de uns não se vislumbrou presença, de outros um ténue ou ausente contributo, factos que justificam as palavras finais deste artigo. Caldas da Rainha tem condições naturais e físicas na área do termalismo clássico para associar uma oferta competitiva de programas de saúde e bem-estar e de produtos turísticos compósitos, numa desejável inserção urbana e regional e potenciando provavelmente fluxos de pessoas às escalas nacional e internacional. Basta que, para tal, se estruture um projeto integrado, de saúde e turismo, que deve proporcionar uma oferta com diversos fatores de diferenciação e elevada qualidade, para o qual as entidades e os cidadãos locais têm um papel importante no consenso necessário para a prossecução dos objetivos, mas devem estar abertos a quem, caldenses ou não, já trilharam muitos caminhos do conhecimento sobre a matéria.
Debate promovido pelos promotores do abaixo-assinado contra a privatização das Termas

O futuro do termalismo nas Caldas da Rainha passa por uma visão alargada à cidade e região, na sua primeira escala de influência. E, quando se pede para as Caldas: mais Saúde, mais Ambiente, mais Praça da Fruta, mais Cultura Urbana, mais Emprego, mas também mais Democracia e mais Autarquia, o que terão estes eixos a ver com termalismo? Creio que tudo, já que Caldas precisa de um impulso económico e cultural, através daquilo que distingue a cidade, irradiando para outros setores, numa visão sistémica do território:

*Mais Saúde: defender a criação de um Parque Saúde no Centro Urbano, potenciando edifícios públicos e serviços de saúde instalados, criando redes de cuidados diversos e especializando-se em áreas de ligação com o termalismo e convocando para este modelo o investimento privado e todo o potencial turístico local e regional;

*Mais Ambiente: dar grande atenção às condições ambientais do concelho e do seu potencial endógeno para o desenvolvimento sustentável, nomeadamente na atenção prioritária aos ecossistemas únicos da Mata Rainha D. Leonor e do Parque D. Carlos I, em ligação direta com a valorização do Conjunto Termal, bem como da Lagoa de Óbidos e da Baía de São Martinho do Porto, nestes casos numa articulação com os concelhos vizinhos;

*Mais Praça da Fruta: melhorar as condições de funcionamento, modelo de gestão e marketing deste ex-líbris das Caldas e converter o seu potencial simbólico em Marca de afirmação local. Esta especificidade caldense integra as condições do desenvolvimento integrado do concelho e da região, fazendo a ligação da cidade ao seu território envolvente, num município em que a sua atividade económica ainda tem uma importante ligação ao mundo rural;

*Mais Cultura Urbana: concluir o longo período de elaboração dos diferentes instrumentos de planeamento, propondo a sua homologação e operacionalizando-os com base em níveis superiores de exigência, bem como criando manifestações culturais de impacte regional e nacional (em torno dos equipamentos culturais existentes em todo o concelho e das parcerias internas e externas), recuperando iniciativas perdidas (Prémio Municipal de Arquitetura, por exemplo) ou potenciando as já existentes (Caldas Late Night, por exemplo), sob uma ambição que admita diversidade de públicos e gerações e políticas produtivas, experimentalistas e provocatórias;

*Mais Emprego: saber como atrair empresas e fixar jovens, através de uma relação eficaz com o tecido económico global mais inovador e com o ensino politécnico instalado e o superior público ou privado que possa investir em centros de inovação, já que os recursos públicos não são infinitos e, antes pelo contrário, vão decrescer, no contexto da crise. A modernização dos parques industriais e das atividades tradicionais, por exemplo, é uma tarefa a que a autarquia não se pode alhear, sem perder de vista o quadro de complementaridades e as redes para si importantes, à escala regional, nacional e internacional.

*Mais Democracia: aplicar o conceito de “município inclusivo”, reforçar o elo de ligação entre a democracia representativa e a democracia participativa e valorizar o Orçamento Participativo, como estratégia concelhia, e não reativa, dando a possibilidade de uma colaboração ativa, qualificada e exigente de mais cidadãos na vida pública, para apoiar e validar as mudanças necessárias;

*Mais Autarquia: defender um novo serviço público autárquico de excelência, com base no melhoramento do atendimento ao munícipe, no aumento da eficiência operacional, na potenciação de soluções tecnológicas, no trabalho colaborativo e serviços partilhados, na efetiva delegação de competências e respetivo orçamento para vereadores e juntas de freguesia e na criação de brigadas de trabalhos diversos de requalificação e limpeza dos espaços públicos das freguesias urbanas, periurbanas e rurais.

Na minha opinião, são estas as linhas gerais que fazem falta à cidade e ao concelho. Aquele debate em que participei como convidado da organização permite-me (re)pensar: urge uma candidatura que faça deste tema o eixo central do seu programa. Esclarecidamente! Uma candidatura consistente e não imponderada, para que no final se possa dizer, como Pasteur, “fiz o que pude”!

Jorge Mangorrinha

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

“Flash mob” comemorou 30 anos da EB de Santo Onofre

Um “flash mob” com a participação de cerca de uma centena de pessoas para assinalar os 30 anos da Escola Básica de Santo Onofre foi o momento alto do Dia Aberto daquele estabelecimento escolar, que decorreu no passado sábado.

dji 0226 0161

PSP intervém em jogo de futebol

O Comando Distrital da Polícia de Leiria da PSP transmitiu que no final de um jogo de futebol do escalão júnior realizado no passado sábado no Campo Luís Duarte, nas Caldas da Rainha, o juiz da partida “comunicou ao comandante do policiamento” ter existido uma “suposta tentativa de agressão ao árbitro” por parte do treinador de uma das equipas.