O evento foi promovido pela Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” e não contou com nenhum elemento da vereação social-democrata ou dos principais dirigentes do PSD e CDS locais, ao contrário da presença de responsáveis de outros partidos, que após a realização da homenagem à rainha D. Leonor, com é tradicional no ferido municipal, não se deslocaram ao Hospital Termal para a habitual visita e sessão solene, que foram canceladas.
O encerramento indefinido do Hospital Termal foi o principal motivo que levou à organização da manifestação. A comissão de utentes considera “absolutamente inaceitável que os responsáveis pela gestão danosa do Hospital Termal nos últimos quatro anos sejam agora aqueles que exercem uma chantagem inadmissível sobre a cidade de Caldas da Rainha para que aceite os termos da sua cedência precária por um prazo de 25 anos”.
A comissão de utentes considera ainda que o futuro do Hospital Termal “deve passar por uma solução aberta, participada e sustentada nas responsabilidades partilhadas pelas autoridades democraticamente eleitas, tendo como objetivo a sua valorização e requalificação, assim como de todo o seu património”.
Após concentração na Praça 5 de Outubro, realizou-se uma marcha pela Rua Heróis da Grande Guerra até à Rainha e depois pela Rua de Camões até ao Largo da Copa (frente ao Hospital Termal).
Jaime Neto, porta-voz da comissão de utentes, disse ao JORNAL DAS CALDAS que “o objetivo desta marcha é dar corpo à voz dos cidadãos caldenses, que exigem soluções transparentes para o hospital termal”.
“Achamos que está na altura de começar a construir um projeto futuro. Este é o hospital termal mais antigo do mundo, que tem um grande potencial. As termas encontram-se encerradas e ninguém pode ter acesso às águas, pelo que defendemos a reabertura”, vincou.
“O termalismo podia ser uma mais valia na economia da região, integrada numa área turística, associando os tratamentos clássicos com o termalismo de bem-estar”, fez notar António Curado, da comissão de utentes.
Ana Voigt, da comissão de utentes, lembrou que as Termas “desenvolviam a economia em redor, movimentavam muita gente e o dinheiro circulava”. “As fábricas de cerâmica têm fechado, a restauração também não tem clientes e o estado do Hospital Termal vem agravar a situação”, lamentou.
Helena Carvalho, uma das participantes na manifestação, sublinhou que o Hospital Termal “era um polo para toda a cidade, porque as pessoas vinham e alugavam quartos e agora o comércio ficou todo prejudicado”.
O protesto culminou com uma largada de balões pretos e brancos, embora o vento não tenha ajudado.
Francisco Gomes
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