A viatura, que agora pertence à corporação, custou 120 mil euros, tendo sido adquirida após uma candidatura a fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional, que comparticipa com 85 por cento. “Os restantes quinze por cento são suportados pela associação humanitária, mas estamos a contar com um subsídio da Câmara e com o apoio da sociedade civil, e assim a não vamos ter que despender uma quantia significativa”, contou ao JORNAL DAS CALDAS o comandante dos bombeiros, José António.

Com esta viatura a corporação fica “melhor apetrechada”, sobretudo no que diz respeito ao combate a fogos urbanos. “É um veículo que só tem tração na parte de trás e não é para sair dos caminhos principais. Trata-se de uma ferramenta que pode ser manuseada com um controlo remoto, através do qual se aciona a água e quantidade para terminar com um foco de incêndio”, explicou.

Após a bênção do veículo realizou-se, no salão do quartel, uma cerimónia que contou com atribuição de medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses. Foram agraciados com a medalha de assiduidade grau prata, correspondente a “dez anos de bons e efetivos serviços”, o adjunto de comando Ricardo Soares, os bombeiros de segunda Marco Domingos, Tiago Solteiro e Luís Almeida.

Com a medalha de ouro, pelos quinze anos de serviço, foram condecorados o bombeiro de primeira João Fragoso e o bombeiro de terceira José Monteiro. Com vinte anos de serviço, receberam a medalha de ouro o sub-chefe Luís Ventura e o bombeiro de terceira Luís Carradas. Foi promovido à categoria de sub-chefe o bombeiro de primeira João Paulo.

Um dos momentos mais emotivos foi a passagem ao quadro de honra do sub-chefe Pedro Soares, que cumpriu trinta anos de serviço mas que, devido à sua vida profissional, não tem disponibilidade para cumprir formação.

“É motorista de transportes internacionais, passa muitos períodos fora, mas apesar disso, quando vem para as Caldas arranja um tempo para vir ao quartel em detrimento da família”, elogiou José António.

Pedro Soares disse ao JORNAL DAS CALDAS que foi com “tristeza” que passou ao quadro de honra, lamentando que o tempo que está no estrangeiro não seja compatível com a formação que devia fazer.

“Estive quase 17 anos como sub-chefe e agora saio como chefe”, apontou o novo elemento do quadro de honra, que foi apadrinhado nesse ato pelo seu filho, o bombeiro de terceira Tiago Soares, e pelo comandante do quadro de honra Henrique Sales.

Depois de trinta anos de serviço, é com Henrique Sales que recorda um dos episódios mais aflitivo: “Dois dias depois de bombeiros terem morrido em Armamar [14 bombeiros falecidos no combate às chamas em 1985], estávamos em Pampilhosa da Serra num incêndio e vi a coisa tão mal que lhe disse que só sairíamos dali dentro de quatro tábuas, quando ele me respondeu que eu estava maluco e que aquilo já passava. Ainda hoje ele me diz que não sabe como escapámos”.

Pedro Soares afirmou que vai continuar a aparecer no quartel e a colaborar no que for possível. “Vou continuar a vir aqui sempre que possa, não conseguia viver sem esta casa”, confessou o chefe do quadro de honra, que tem dois irmãos, quatro sobrinhos e um filho na corporação.

“Vim para os bombeiros atrás de um irmão, por querer ajudar as pessoas”, recordou.

Bombeiros pagam farda

Cerca de cem euros foi quanto custou a farda nº3 distribuída aos bombeiros e que paga pelos próprios. 102 fardamentos foram entregues.

O vereador Hugo Oliveira agradeceu o trabalho desenvolvido pela corporação na defesa de pessoas e bens.

Na mesa de convidados estiveram um representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Adelino Gomes, o comandante distrital Sérgio Gomes, o presidente da Federação Distrital de Bombeiros, Mário Cerol, o presidente da associação humanitária dos bombeiros caldenses, Abílio Camacho, o presidente da assembleia geral dos bombeiros, Henrique Sales, um representante da Assembleia Municipal, Virgílio Santos, e o presidente da junta de freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Vasco Oliveira. Na assistência, para além da população, estiveram responsáveis de entidades civis e militares.

Estiveram também presentes na cerimónia 24 estagiários que iniciaram formação em março e que dentro de um ano poderão jurar bandeira. No final foi servido um lanche convívio.

Francisco Gomes