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Debate quente sobre o “Futuro do Turismo na região Oeste”

Marlene Sousa

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Foi um grande sucesso a Conferência sobre o “Futuro do Turismo na região Oeste", organizada pelo JORNAL DAS CALDAS, que decorreu no dia 19 de abril, no Museu Abílio, em Óbidos. A presença de várias pessoas ligadas ao turismo e agentes económicos desta região mostra a preocupação que a população tem à volta da contestação que tem ocorrido sobre a aprovação do novo regime jurídico das entidades regionais de turismo, que integra o polo de Turismo do Oeste na Entidade Regional de Turismo do Centro.
António Batista, António Salvador, Humberto Marques, António Carneiro e Francisco Gomes

A polémica levou a sala a ficar lotada. A oportunidade desta conferência foi claramente um fator positivo para o debate marcado pela contestação à saída do Oeste da Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Destaque ainda para o jantar volante que decorreu após a conferência, com apontamentos de produtos biológicos servido pelos alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste no Pólo de Óbidos. A refeição suscitou comentários elogiosos dos comensais.

Esta iniciativa, que foi moderada pelo jornalista Francisco Gomes, contou com a parceria de várias entidades (Mercado Biológico de Óbidos, Câmara Municipal de Óbidos, Turismo do Oeste, Associação Olha-te e Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste), que contribuíram para o sucesso do evento.

António Salvador, presidente do Grupo Oeste Capital (propriedade da empresa jornalística Caldas Editora), fez a abertura e encerramento do evento. Segundo o responsável, esta iniciativa está inserida no Ciclo de Conferências do JORNAL DAS CALDAS, no âmbito de afirmar a marca no mercado e contribuir para a dinâmica social e cultural da região. Este responsável destacou o Oeste Global (jornal digital), que está neste momento com um crescimento enorme e que abrange os doze concelhos da região. Revelou ainda que o grupo tem outros projetos que também passam pelo turismo e promoção territorial, que a seu tempo irá apresentar e que irão ajudar a promover os produtos e serviços da região.

“Seja qual for a divisão política o Oeste está no mapa e certamente iremos encontrar uma solução com a união de todos os autarcas e agentes económicos”, adiantou.

Presentes nesta iniciativa estiveram os presidentes de Câmara de Peniche, António José Correia, e do Bombarral, José Manuel Vieira.

António Carneiro tem esperança que a lei seja vetada

Sempre acutilante, o presidente do Turismo do Oeste, António Carneiro, orador convidado desta iniciativa, criticou o Governo acusando-o de “incoerência” na lei que coloca a região em áreas territoriais diferentes. Lembrou que no âmbito da reestruturação das entidades regionais do turismo, a proposta inicial contemplava a extinção por fusão dos seis pólos de turismo que são fundidos em cinco regiões e cuja área de intervenção é definida de acordo com as unidades territoriais NUTS II. “Um amigo jurista descobriu que este Governo publicou no dia 25 de outubro o decreto-lei 228 de 2012 que retifica a arrumação das cinco NUTS e dentro do NUT II (Lisboa e Vale do Tejo) lá estão 12 municípios do Oeste”, disse António Carneiro. Acusou ainda o Governo de “falta de consonância” entre o regime jurídico das áreas regionais de turismo e o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que coloca o Oeste na região de Lisboa e Vale do Tejo e ao mesmo tempo no Centro de Portugal.

António Carneiro ainda tem uma esperança que o Presidente da República vete este diploma. “Apesar de toda a evidência, eu acho que o diploma vai ser promulgado. Se o senhor Presidente da República não o vetar fica provado que o Turismo não pesa nada porque as evidências são suficientes para o vetar, até porque o autor do crime já não é ministro”, referiu o presidente do Turismo do Oeste.

As declarações do deputado do PSD Paulo Batista dos Santos à imprensa local (JORNAL DAS CALDAS) justificando a extinção dos polos turísticos por terem em conjunto uma dívida superior a dez milhões de euros, foi outro assunto focado por António Carneiro, que voltou a desmentir o deputado, revelando que a divida é total dos seis pólos é de “452 mil euros”.

Afirmação dos produtos da região

Para Humberto Marque, vice-presidente da Câmara Municipal de Óbidos a maior contradição do novo regime jurídico das entidades regionais de turismo é “contrariarmos a verdadeira natureza da sinergia que tem existido entre Lisboa e o Oeste”.

“O mapa administrativo de fato é uma coisa completamente esdrúxula, e não tem o mínimo sentido de orientação geoestratégica política ou de desenvolvimento económico ou social”, apontou o autarca, focando a questão do financiamento. “Creio que todos nós queremos é que se faça promoção do Turismo, mas para fazer essa promoção é preciso haver gavetas financeiras e eu admito aqui que haja alguém que procure criar uma certa atmosfera de que se vocês não passarem para a região dentro não vai haver dinheiro”, disse Humberto Marques. Este responsável pensa que pode haver essa tentação por parte da União Europeia, referindo que nós já “vivemos um ciclo de um quadro comunitário de apoio em que isso aconteceu, porque nós estamos do ponto de vista do ordenamento do território em Lisboa e Vale do Tejo e estamos do ponto de vista de financiamento na região Centro”.

Segundo o autarca, “não vem mal ao mundo se nós não conseguirmos ganhar esta batalha”. “Esta lei vai criar a oportunidade da contratualização com as comunidades intermunicipais de afirmação do nosso território para essa matéria, se tivermos o devido envelope financeiro”, explicou Humberto Marques incentivando as autarquias e empresas turísticas a promover a marca Oeste e a investir conjuntamente na sua promoção se for aprovada a lei que coloca a região no turismo do Centro. “Desenganem-se aqueles que pensam que nós vamos amochar e que não vamos fazer o nosso trabalho de afirmação do Oeste”, afirmou Humberto Marques, apelando a autarcas e empresas turísticas da região do Oeste para “avançar com uma verdadeira estrutura capaz de fazer a dinamização conjunta dos produtos de excelência da zona”.

O vice-presidente da câmara defendeu que, caso o Presidente da República, Cavaco Silva, promulgue o novo regime jurídico das entidades regionais de turismo, em que o Oeste fica integrado no Turismo do Centro, as entidades regionais têm de “ter um plano B”. Esse plano, apontou, passará “pela união das autarquias, das comunidades intermunicipais e das empresas da região” numa estrutura promocional “capaz de atrair turistas à região com potencialidade para oferecer turismo de experiências”. Segundo Humberto Marques a região tem “capacidade e o ‘know-how’ para fazer redes internacionais de captação e promoção turística”.

Humberto Marques congratulou o JORNAL DAS CALDAS pela organização da iniciativa “a acontecer em Óbidos” e por ser um fórum “extraordinariamente importante, com um tema relevante para a região e uma base comunicante com uma dimensão nacional”.

A iniciativa contou com intervenção de João Batista, responsável do Mercado Biológico de Óbidos. Este responsável não tem dúvidas que a agricultura biológica insere-se na afirmação da Região como um local de “saúde e bem-estar”. “Nós temos produtos exclusivos”, disse. João Batista revelou que concorda plenamente com o vice-presidente da Câmara de Óbidos e que a “agricultura biológica” é um produto que se enquadra na oferta de turismo de experiências e que se pode “oferecer às pessoas a possibilidade de ser agricultor por um dia e deixá-las experienciar como são feitos os produtos biológicos”.

Marlene Sousa

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