Os independentes (falamos dos genuínos, naturalmente, não dos falsos independentes) são grupos muito heterogéneos, distinguindo-se pelas motivações dominantes dos seus membros, sejam de sinal positivo – defesa de padrões éticos, de competência política ou de qualidade da democracia, ou negativo – idealismo ingénuo, dificuldade de integração ou frustração partidária. Coordenar e acomodar todas estas motivações, não constitui tarefa fácil para a liderança destes movimentos, requerendo grande habilidade e autoridade para integrar tão grande diversidade, não apenas de personalidades, mas também de sensibilidades ideológicas.
Mesmo que indubitavelmente virtuosas, as intenções dos movimentos (de) independentes não evitam os enormes desafios associados à sua existência e funcionalidade. O desafio existencial consiste em provar que é realmente possível ser-se independente num grupo que precisa de ter objectivos comuns e que depende de significativos recursos. O desafio funcional refere-se à possibilidade de mobilizar suficiente capacidade de organização, estratégia e financiamento, para competir com as máquinas partidárias instaladas e os directórios de putativos poderes fáticos por aí existentes.
Apesar das dificuldades, os movimentos (de) independentes estão a crescer, juntando forças e meios para conquistar os direitos que reclamam, assim como as mentes, os corações e, sobretudo, o voto de um eleitorado pouco motivado e esclarecido, bastante condicionado por caciques locais. No contexto particular das Caldas da Rainha, em que os partidos políticos tradicionais revelam fragilidades diversas, os independentes sentem que têm nas próximas eleições autárquicas a oportunidade de obter um bom resultado e de, assim, poderem dar uma contribuição importante para o progresso da cidade e do concelho.
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