“Falas do Falo e da Boca do Corpo” é também uma visitação às tradições fálicas da cerâmica caldense, aliando o mais sarcástico e iconoclasta da poesia erótica e satírica, com longa âncora no tempo, ao mais expressivo e naturalista da tradição cerâmica.
Ao longo dos séculos, a poesia de caráter erótico tem sido votada à marginalidade e subjugada pela hipocrisia da Moral Dominante, exatamente o que se procura contrariar através dos poemas selecionados por José Carlos Faria, que se refere às vozes de “Falas do Falo e da Boca do Corpo” como “mordazes e inconformadas a cantar o júbilo do erótico, o burlesco, o satírico e até o escatológico e o obsceno”, e que têm com objetivo “apontar o dedo ao ridículo e afrontar convenções, porque poetas castrados, não! .
Natália Correia, em 1965, no prefácio da sua “Antologia de Poesia Erótica e Satírica” (que a levou a ser condenada em Tribunal) falava de “exumar do cemitério das obras malditas grandes parte destas poesias”.
O espetáculo, para maiores de 16 anos, conta com as interpretações de Carlos Borges e José Carlos Faria, e prossegue dia 28 de março e em abril nos dias 5, 6, 12 e 13, sempre às 21h30, na Sala Estúdio do Teatro da Rainha.
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