Em muitos casos o valor das responsabilidades de alguns municípios de grande, média e pequena dimensão perante a banca e os fornecedores atinge as dezenas de milhões de euros, o que a curto prazo inviabilizará o cumprimento, em tempo útil, de todas as responsabilidades.
Este cenário, desgraçadamente vivido em muitos municípios, tem causado, por arrasto, muitos despedimentos, e até falências de empresas fornecedoras de bens e serviços e a tendência aponta para o seu agravamento.
Com a recessão instalada a construção estagnou reduzindo, drásticamente, as receitas dos municípios numa área, até então, considerada a galinha dos ovos de ouro.
Atualmente há câmaras a pagar milhões de euros por dia, só em juros, tal foi o endividamento criado em obras faraónicas (estádios de futebol para o Euro 2004 e outros) e que agora agonizam por não terem possibilidade de solver os seus compromissos.
Esta situação é difícil de entender, tendo em conta que as autarquias dispõem, para além de um presidente, de um batalhão de vereadores, assessores e técnicos superiores o que, teoricamente, garantiria decisões ponderadas e uma gestão equilibrada mas, ao invés, assistimos à asfixia de muitas câmaras a caminho da insolvência, não por falta de pessoal, mas por opções desastrosas pelas quais ninguém é responsabilizado, salvo rarissimas excepções.
Após o 25 de Abril procedeu-se, e bem, à descentralização do poder central e as câmaras passaram a dispor de imensas competências que, infelizmente, em muitos casos foram mal geridas, conduzindo vários municípios do País a uma situação insustentável do ponto de vista financeiro e subvertendo a real valia do poder local.
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