A tradição é das mais antigas do país, mas por se realizar na praia da Foz do Arelho e por ninguém saber ao certo quando começou, talvez por isso não tem tido projeção como acontece em outras praias do país, onde as televisões dão grande destaque e onde as autarquias também ajudam a divulgar esta iniciativa. Porém, na Foz do Arelho este grupo de homens e jovens destemidos, antes do tradicional banho, limpa o areal, monta as balizas e joga uma partida de futebol, onde a única regra é marcar golos e a diversão. Entre faltas e táticas meio confusas que só os próprios entendem, o jogo desenrola-se com grande desportivismo perante uma assistência de amigos mais antigos e que já não têm pernas para aguentar uma hora de jogo, familiares que torcem por uns e por outros e vão fazendo o relato da melhor forma dos jogadores, e até de alguns turistas que estranhamente veem um grupo de 40 homens e jovens a jogarem à bola todos ao mesmo tempo. Para Carlos Madureira, o presidente da comissão organizadora de mais esta festa, o espírito mantém-se. “Mais um ano e cá estamos velhinhos, mas em forma e cheios de vontade. Já custa um bocadinho jogar no areal porque os anos passam, mas sabe sempre bem estar aqui”, disse o antigo jogador do Caldas Sport Clube. Carlos Lousada, um dos mais antigos elementos deste grupo, atualmente com 73 anos, aponta que o Phoz Plage tem mais de 50 anos e que quando era jovem integrou este grupo. “O Phoz Plage está ativo e temos cada vez mais gente nova, o que é bom. Os jovens devem aparecer, praticar desporto e não se devem meter em problemas. Venham para cá, de manhã dar uns pontapés na bola que é bom. Eu quando era miúdo já havia Phoz Plage. Faziam-se almoços no Inatel, no Talefe e vários locais perto da Foz do Arelho”, disse. O Phoz Plage fez também um brinde ao novo ano com um discurso. Este ano, devido à crise, Carlos Madureira pediu união e força de vontade para mudar as coisas, frisando que a cidade das Caldas está parada no tempo. “Está complicado e difícil. Temos de continuar a lutar porque melhores dias virão. Eu já não estou a viver nas Caldas apesar de manter aqui casa. Custa-me vir às Caldas porque vejo muitas lojas fechadas, a cidade está morta. Isto preocupa-me porque Caldas é a minha cidade. Eu não nasci aqui, mas é a minha cidade de eleição, em que faço questão de aqui estar todos os domingos, mas é triste chegar aqui e vê-la assim, uma cidade fantasma”, manifestou. Para Carlos Lousada, pela sua longevidade, a palavra “crise” já passou diversas fases e por isso este ano será mais uma. “Já vivi muitas crises, mas esta não deve entrar na cabeça das pessoas de forma pessimista. Se a crise vem, teremos de a encarar da melhor forma possível. Não há outra forma”, comentou.
Mergulhos na Gamboa
Entrar no novo ano tomando um banho no oceano Atlântico passou a ser moda em Peniche. Foi o que aconteceu com um grupo de amigos que após uma corrida matinal e vestidos a rigor, aproveitou a praia da Gamboa e o sol para dar o primeiro mergulho do ano. Devido ao espetáculo com vestimenta a rigor, muitas pessoas aproveitaram para deliciarem-se ao verem as brincadeiras deste grupo.
Carlos Barroso
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