Na freguesia da Usseira, o grupo de jovens, entre eles, escuteiros, numa noite fria, recuperou o canto das Janeiras, que segundo os mais velhos residentes na localidade, não se repetia há mais de 65 anos. Esta experiência “serve para que os jovens com humildade saibam integrar tradições existentes, por vezes esquecidas nos dias de hoje, e fazer parte das famílias que os acolhem”, salientou Felisbela Paixão. Como ‘manda a tradição’, de porta em porta e pelas ruas da freguesia, entoando cânticos e tocando instrumentos folclóricos, o grupo anunciou o nascimento de Jesus, desejando um feliz ano de 2013. Com este gesto, os jovens facilmente contagiaram os habitantes com a alegria e boa disposição, e os mesmos ofereciam ginja e broas e muitos reintegravam-se no espírito do grupo.
O evento juvenil concluiu com Eucaristia na Igreja de São Pedro na vila de Óbidos, presidida pelo padre Hugo Gonçalves, Perfeito do Seminário Menor de Caparide em Lisboa, que acompanhou os jovens diariamente nesta missão. Juntos terminaram o encontro com os seus familiares e amigos, num almoço convívio partilhado no Salão Paroquial da Amoreira.
O JORNAL DAS CALDAS falou com a responsável Felisbela Paixão, no final do evento, a qual deu a conhecer a verdadeira mensagem da Missão de Natal e alguns testemunhos dos jovens. A animadora revelou que inicialmente foi difícil congregar jovens, muitos deles não têm vontade e arranjam outras tarefas para fazer, “ir para um local ajudar os outros em tempo de férias não é o mais apetecível, e só por isso já dão o seu testemunho”. Juntos conseguiram identificar que para além de “uma vontade” é algo que eles necessitam “para abrir os olhos para aquilo que os rodeia”, e através da verdadeira missão “que Deus nos chama a fazer – amar os outros e mostrar aos outros o amor de Jesus, compreendem que para servir, não basta só os dias que permaneceram em atividade”.
“Tal como o Natal é o nascer de Jesus em cada um de nós, a ressurreição significa o reviver para a fé, o perceber, como alguns deles disseram, que há tanto tempo que não sentiam Jesus a seu lado e que hoje renovaram a experiencia com a convicção de querer caminhar com Ele, e, através dos doentes, crianças e idosos, Jesus manifesta-se para mostrar a todos nós o quanto Ele nos ama”, explicou animadora Felisbela. Os vizinhos que se disponibilizam a acolher os jovens ficam sensibilizados pelo testemunho vivo cristão, e o gesto propaga-se numa “cadeia de bem”, exteriorizando que Jesus está presente e até “nas nossas próprias casas por vezes não damos por Ele”.
No final da atividade, os jovens reuniram-se para partilharem as suas experiências vividas em comunidade, adotando o canto das Janeiras como o momento mais marcante. Na Usseira, “alguns não lhes apeteciam tocar às portas, mas foram e perceberam que os moradores saíam das suas casas para conviverem com eles”, apelando à união daquela comunidade paroquial. A jovem responsável manifestou que apesar de algumas pessoas “recusarem com medo de as querem assaltar”, houve bastante recetividade permanecendo em convívio até mais tarde.
“O canto das Janeiras é a Igreja viva a cantar e a louvar o Senhor, como nós aqui queremos passar o testemunho para os jovens”, frisou Felisbela Paixão valorizando a iniciativa como uma tradição indispensável repleta de felicidade nos dias de hoje. “É muito gratificante sentir que as pessoas nos acolheram e se alegraram com a nossa vinda, entendendo o significado e a importância de fazer missão”, concluiu a jovem animadora expressando a “responsabilidade consciente” adquirida pelos jovens no aprofundamento da fé cristã.
?João Polónia
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