“Este ano, prevemos 160 mil visitantes, mais 40 mil do que em 2010. A capacidade hoteleira de Peniche está lotada, o que fez com que já haja unidades em Óbidos e Caldas da Rainha a serem procuradas”, acrescenta.
Muitos visitantes ficaram alojados em parques de campismo, surf camps ou em casa de amigos, alugaram habitação ou levaram autocaravanas.
Com a realização do campeonato mundial de surf em Peniche “a cidade tem mais movimento e o reflexo sente-se na economia local. Mais visitantes geram mais refeições, mais alojamentos e mais despesas, o que ajuda a combater o sufocante cenário da crise”, relata Dina Silva, proprietária do restaurante Abrigo do Pescador, junto à marina.
José Farinha, representante da Rip Curl em Portugal, entidade organizadora da prova, sublinha que a repercussão acaba por ser nacional. O surf “é uma atividade que está a gerar para a economia muitos postos de trabalho”, apontando que “de norte a sul do país, vemos junto ao litoral uma nova economia a crescer à volta desta modalidade, com surf camps e instrutores, que está a trazer a estes períodos conturbados um auxílio à economia”.
Para Frederico Costa, presidente do Turismo de Portugal, “a evolução do surf nesta região é invejável”. “Há quatro anos quando lançámos o desafio de “roubar” este evento a outros destinos, não estávamos à espera desta evolução rápida. É uma das capitais de surf do mundo”, comenta.
“Além da onda ser magnífica, a cidade respira surf e torna o lugar especial. Portugal fica no surf mundial”, afirma Adriano de Souza, vencedor no ano passado.
A etapa de Peniche pode prolongar-se até 21 de outubro. O orçamento da prova ronda os 1,6 milhões de euros. A edição de 2012 do Rip Curl Pro Portugal corresponde ao primeiro dos três anos de licença da marca.
“Tubo” elimina Tiago Pires
A praia de Supertubos estava cheia no passado domingo para ver em prova Tiago Pires, “Saca”, o único português em competição. Os apoios foram muitos e quase o ajudaram a passar à terceira ronda, mas nos últimos instantes do seu “heat” foi surpreendido pelo norte-americano Kolohe Andino, sendo eliminado e concluindo o campeonato entre os 25.ºs classificados.
“Saca”, 24.º do “ranking” mundial, somou 11,50 pontos (5,67 e 5,83), que foram escassos perante os 11,70 (5,2 e 6,5) de Andino, que ocupa a mesma posição na hierarquia e que conseguiu nos momentos finais da sua prestação o tubo que lhe permitiu permanecer na prova, sem que o português tivesse possibilidade de responder com uma onda melhor.
Em quatro provas do circuito mundial disputadas em Peniche, Tiago Pires falhou sempre o apuramento para a terceira ronda, tendo, em 2009, sido mesmo eliminado na primeira. Está em risco de ficar afastado do ASP World Tour no próximo ano.
Francisco Gomes
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