“Se não tivermos cultura no país não temos conhecimento. Estamos a caminhar para ficar sem cultura. As pessoas não têm dinheiro para usufruir da cultura nem os artistas dinheiro para continuar a criar. Estamos a chegar a um ponto de sufoco. Ficamos sem cultura e com austeridade”, manifestou Tânia Leonardo, uma das organizadoras do evento. A atriz fez ainda a comparação: “O chimpanzé tem uma grande diferença do Homem, porque tem a noção do ser mas não tem a noção do conhecimento, que se adquire através da cultura. Ou seja, sem isto vamos todos para o Jardim Zoológico, até já estão a melhorar as infraestruturas, e passamos todos a ser chimpanzés”.
Um conjunto de artistas de várias áreas juntou-se a várias pessoas, a maioria ligada ao Bloco de Esquerda, que estiveram envolvidas no apelo à mobilização e manifestação de dia 15 de setembro sob o lema “Que se lixe a troika! Queremos as nossas Vidas” para lançar este evento cultural.
Participaram Os Russos, Manuel Freire, Teatro da Rainha, Patrícia Costa, Fábio Capinha e Banda 74.
“É importante que as pessoas se mobilizem perante um conjunto de medidas gravosas para a sociedade portuguesa. A cultura e as artes também são atingidas, embora não se fale muito nisso, e podem ser uma voz crítica e de alerta para uma situação que se encaminha para medidas ainda mais lesivas”, manifestou José Carlos Faria, do Teatro da Rainha.
A presença de público ficou, no entanto, aquém das expectativas. “Esperava mais gente”, admitiu.
A oportunidade foi aproveitada para um conjunto de cidadãos distribuir convites à população para participar em projetos coletivos que “mudem para melhor o ambiente cultural em que vivemos e que revitalizem o tecido social da cidade e da região”.
Trata-se do Co.Mu.NI.cA – Colectivos para a Mudança e uma Nova Intervenção Cultural Autónoma, que pode ser contatado pelo e-mail comunica.cr.colectivosocial@gmail.com.
Francisco Gomes
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