A eventual parceira de micro-crédito: Tuba Rai Metin
É a segunda maior instituição de microcrédito em Timor-Leste. Após a crise política de 2006, com a demissão de Mari Alkatiri e saída da FRETILIN do Governo, esta instituição viu-se forçada a diminuir em 58% o seu volume de atividades. A Tuba Rai Metin (TRM) atua em todos os distritos de Timor e está agora em grande fase de expansão.
O seu processo de seleção é bastante simples: os colaboradores da TRM reúnem-se com os administradores dos distritos que, caso estes aprovem a ação de microcrédito, reúnem-se em seguida com os chefes das aldeias e com a comunidade para explicar em que consiste o microcrédito e qual a franja da população estará interessada.
O microcrédito é concedido quase em exclusivo a mulheres, individualmente, mas sempre inserido num contexto de grupo. O seleção dos grupos é feito pela TRM após entrevistas realizadas aos candidatos ao crédito sendo necessário que estes tenham já iniciado um negócio próprio sendo este um indicador do empreendedorismo do candidato.
Após a seleção dos grupos, estes são sujeitos a ações de formação para práticas de gestão. Não existe colateral, e é devido a isso que se empresta num conceito de grupo, de modo a que haja solidariedade e pressão para que no grupo todos cumpram.
As taxas de juro aplicadas são de 2% ao mês, devendo os empréstimos variar entre 500 e 1000 dólares particularmente no distrito de Díli, com um custo de vida muito mais elevado do que no restante país.
Agora, os desafios do microcrédito são grandes em Timor. Existe uma gritante deficiência de infraestruturas: água, eletricidade, vias de comunicação (durante as chuvas as estradas ficam praticamente intransitáveis). Um elevado nível de hierarquização da sociedade, onde para trabalhar numa comunidade tem de se pedir autorização e adquirir do chefe de ‘Suco’ (aldeia) a sua confiança. A falta de conhecimentos e nível de iliteracia da população é igualmente um grande óbice, com cerca de 50% da população analfabeta, não tendo as noções elementares de matemática, impossibilitando o desenvolvimento de raciocínios lógicos.
Há igualmente dificuldades de comunicação, pois são poucas as pessoas que falam português. A língua mais falada é o Tétum – com raízes portuguesas, mas que também não é universal, falando-se inúmeros dialetos pelo território.
Por fim, um grande historial de apoios de ONG’s que consistiu ao longo dos anos em alguns fundos oferecidos às populações, levando á ideia de que o microcrédito não teria de ser pago. Há também dificuldade de distinção entre o dinheiro destinado ao negócio e aos gastos pessoais.
Sérgio Mil-Homens
Donativos:
Nome: MOVE – A M EMPREENDEDORISMO
NIB: 0036 0298 99100020007 43
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