“Se a câmara assumir os encargos com a água, vigilância e segurança, e se a EDP assumir os encargos com a luz, é possível em 2014 que o parque seja sustentável. Se assim não for, não sei como a câmara vai ter dinheiro para pagar 500 mil euros por ano para ter aqueles espaços. O parque e a mata devem ser dados a uma parceria, a uma espécie de Liga de Amigos do Hospital Termal e do Património e ainda com as duas juntas de freguesia e outros parceiros”, desafiou o administrador hospitalar. “O largo do hospital termal deveria ter uma fonte com água termal e não deveria ter carros”, defendeu também. Para que o parque fosse sustentável em 2014, sugeriu um investimento na ordem dos 100 mil euros, para “criar novos polos de atração”, porque ter barcos, campos de ténis e o parque infantil, não chega. “Deveriam ser feitas parcerias locais e nacionais com a gestão de animais, transformando o parque num pequeno jardim zoológico, onde algumas empresas asseguram a alimentação dos animais. Pode ser criada uma parceria para tornar este parque efetivamente num parque da cidade voltado para a comunidade, através de comissões de moradores e associações, que cuidavam de algumas áreas do parque”, elencou. “O PS e os outros partidos já têm uma opinião muito clara de como é que o património deve ser gerido. Percebo que a proposta tem incentivos à utilização do património. Acho bem que estas ideias possam criar novas oportunidades e lhes dê melhor aproveitamento”, disse Jorge Sobral, do PS. Lino Romão, do bloco de esquerda, ficou com “ambiguidade”, porque registou “com agrado a participação cívica”, mas não se revê naquilo que o munícipe afirmou Segundo o bloquista, as intervenções de José Marques Serralheiro “têm uma orientação demasiada economicista. Voltou a falar em parcerias público privadas, facto que hoje sabemos não são um modelo muito recomendável. Cenários de parcerias, entrega à câmara, parcerias público privadas é condenar o hospital”. Vítor Fernandes, do PCP, defendeu que estas ideias e sugestões “sejam assumidas como contributos”. “A administração do hospital tem feito consultas aos partidos políticos para darem a sua opinião sobre a sua gestão e ao futuro do seu património e julgo que isso deveria de ser alargado à população, com debates”, disse. O militante do PCP lembrou ainda que as parcerias público-privadas têm gasto milhões de euros dos contribuintes, sugerindo por isso o seu abandono. Duarte Nuno, do CDS, não gostou que se tenha condenado as parcerias publico privadas “só porque causa dos maus exemplos dos governos de Sócrates e Guterres”. “Se nós condenarmos as parcerias publico privadas só por causa dos maus exemplos, vamos novamente negar uma solução para as Caldas da Rainha a nível do termalismo, porque é o Estado que tem de resolver e não vai resolver. Não é o Estado que vai trazer às Caldas um projeto moderno. É preciso um investidor”, declarou. “Defendemos uma parceria público privada que envolva o município com um concurso público com critérios rigorosos para que a competência e experiência do parceiro privado garanta que vamos ter um projeto com futuro nas Caldas”, concluiu. Alberto Pereira, do PSD, assumiu que gostou de ouvir José Marques Serralheiro. “Efetivamente temos de saber encontrar soluções por forma a que o hospital termal se mantenha em funcionamento. Gostei da ideia da fonte, mas decididamente acho que a obra de arranjo do largo do hospital termal foi uma oportunidade perdida. Não gosto da obra que ali foi feita”, referiu. Tinta Ferreira, vice presidente da câmara, agradeceu os contributos, até porque estão a decorrer algumas conversações a propósito do património termal. “O ministério da saúde tem afirmado que não tem vocação para continuar a sustentar a manutenção do parque e da mata. O município está a estudar essa matéria e quando houver mais detalhes haverá aqui um debate na assembleia municipal e por isso os seus contributos serão importantes”, disse. O vice presidente mostrou-se preocupado não só com os custos de funcionamento, mas também com o investimento necessário. “O parque e a mata precisam de investimentos. O hospital termal precisa também de investimentos significativos para funcionar adequadamente e fala-se em alguns milhões, sem se falar nos pavilhões do parque. Pessoalmente acho que é fundamental que haja uma garantia que possa haver fundos comunitários que possam requalificar esses espaços. Sem isso dificilmente é possível fazer um trabalho como deve ser. Não assusta o município a gestão corrente da manutenção do parque e da mata, embora todos os contributos de empresas e voluntários serão úteis e beneficiarão o erário público. Apesar da crise o município tem uma situação financeira sólida e estamos seguros que não seria preciso gastar 500 mil euros por ano para manter aqueles espaços”, afirmou o autarca.
Carlos Barroso
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