“Quem fez esta Lei não seguiu os passos que a troika lhe impôs. A troika impunha uma reforma de autarquias e não de freguesias. O mais fácil foi pegar no parente pobre”, disse. O vogal da junta lembrou que os elementos das freguesias “não foram eleitos para aniquilar as freguesias”, defendendo no entanto, “uma reforma que seja estrutural. Que mexa seriamente na estrutura deste país”, disse. Jorge Sobral, da bancada do PS, em resposta ao munícipe, não dissociando o facto de ele ser autarca, fez uma leitura à sua intervenção, por o mesmo ter responsabilidade do ponto de vista político. “A sua intervenção vem ao encontro daquilo que o presidente da junta de Nossa Senhora do Pópulo vem defendendo, em desacordo à Lei. O PS saúda intervenções nesse sentido e vemos que há consonância nesse sentido. Santo Onofre está mais adiantada porque já aprovou um documento em sede própria. Agora desafio a assembleia de Nossa Senhora do Pópulo, não só o seu presidente e o senhor vogal, mas que toda a assembleia possa materializar esse vosso pensamento”, afirmou. Jorge Sobral, aproveitando o facto de João Frade, presidente da mesa da assembleia de freguesia de Nossa Senhora do Pópulo estar presente na sala e ter acompanhado o vogal da junta, mostrou o seu desagrado quando terá dito que “quando for votada essa Lei não estaria na reunião”. “Ouvi isso e não fiquei nada agradado. Não faz sentido que o presidente da junta de Nossa Senhora do Pópulo defenda que não haja aniquilação de freguesias e o senhor presidente da mesa da assembleia de freguesia tenha de falhar e refugie-se quando for a votação”, declarou. Lino Romão, do BE, começou por dizer que se trata de um ativo militante do PSD, não deixando ainda de registar algumas contradições no interior do partido laranja. “Esta posição aqui apresentada vem contra outras que foram apresentadas publicamente por outras figuras do PSD, nomeadamente o senhor presidente da câmara e o seu vice presidente. Mais do que uma vez se manifestaram que teria vantagem reduzir freguesias. Este assunto não é pacífico no seio do PSD e espero que as melhores respostas sejam encontradas por nós. Esta é uma Lei precipitada e inoportuna”, referiu. Vítor Fernandes, da CDU, saudou a intervenção do vogal da junta, porque esteve lado a lado em ações contra a extinção de freguesias, desafiando outros autarcas “a pressionarem o governo para não levar esta Lei avante”, disse. Duarte Nuno, do CDS-PP, não quis responder ao vogal da junta porque o assunto se encontra agendado na ordem de trabalhos, onde dará a posição do seu partido. Alberto Pereira, do PSD, assumiu que o seu partido não simpatiza com a Lei da reorganização das freguesias. “Estamos muito preocupados porque certamente iremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, em conjunto com todos, para se encontrar a melhor solução para o nosso concelho. A seu tempo iremos debater profundamente esta situação”, disse. Tinta Ferreira, vice presidente da câmara, garantiu que “em nenhum debate público eu me manifestei a favor a qualquer agregação de freguesia”.
Carlos Barroso
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