Q

Previsão do tempo

21° C
  • Saturday 22° C
  • Sunday 20° C
  • Monday 19° C
21° C
  • Saturday 23° C
  • Sunday 21° C
  • Monday 20° C
21° C
  • Saturday 23° C
  • Sunday 22° C
  • Monday 21° C

Colecionismo Numismática José Malhoa

Luís Manuel Tudella

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Moeda de ouro É pela primeira vez que em Portugal se leva a cabo o reconhecimento de um grande artista, tanto na área da medalhística, como na de filatelia em datas anteriores, desta vez junta-se na área de numismática, com a emissão de uma moeda comemorativa, inserida na Série Europa e dedicada aos “Grandes Pintores”, em que a I.N.C.M. vem prestar a devida homenagem ao Mestre José Malhoa, um dos percursores do Naturalismo em Portugal.

Características da moeda

Moeda de valor facial de 2,50 €uro, corrente em cuproníquel (Cu 75% e Ni 25%), com acabamento normal, com um diâmetro de 28 mm, peso de 10 g e com um limite de 100 000 unidades.

Moeda de valor facial de 2,50 €uro, em prata (Ag 925%), com acabamento proof, com um diâmetro de 28 mm, peso12 g e com um limite de 10 000 unidades.

Moeda de valor facial de 2,50 €uro, em ouro (Au 999%), com acabamento proof, com um diâmetro de 28 mm, peso de 15,55 g com um limite de 1 500 unidades

Moeda de ouro

Anv: A moeda apresenta no anverso a imagem de Mestre José Malhoa de frente a três quartos, representado numa planície portando na mão esquerda a sua paleta e os pincéis,

e a mão direita colocada junto à aba do seu casaco, numa evocação que a sua arte buscava a representação fidedigna da natureza; orlada na parte superior com a legenda José Malhoa 1855-1933, e na orla inferior pela legenda Pintores Europeus.

Moeda em cuproníquel

Rev: Na representação do reverso da moeda, surge-nos a reprodução de um pormenor do quadro intitulado “O Atelier do Artista”, que se resume a uma pintura de nu na sua exuberância, portando ao seu lado direito o escudo nacional sobre a esfera armilar; orlados na parte superior pela legenda República Portuguesa 2012, e na parte inferior com o valor facial da moeda 2,50 euro em duas linhas.

José Vital Branco Malhoa, vulgo José Malhoa, nasceu na vila de Caldas da Rainha em 28 de abril de 1854. Com apenas 12 anos de idade ingressou na escola de Belas Artes, revelando inatas aptidões pelos estudos, terminando-os com distinção, obtendo todos os anos o primeiro prémio. Pensa completar a sua educação artística no estrangeiro, recorrendo para isso a dois concursos, os quais não lhe foram favoráveis, sendo atribuído a um outro concorrente, apesar do seu reconhecido merecimento. Perante estas circunstâncias, viu-se na impossibilidade de completar os seus estudos com os primeiros mestres da arte moderna, pois não possuía fortuna que o pudesse sustentar no estrangeiro. Desiludido, recusa-se a dar continuidade à sua carreira, que tão auspiciosa se mostrava, protestando nunca mais pintar. Toma a decisão de se fazer caixeiro numa loja de modas pertencente a um seu irmão. Com o tempo, Malhoa não podia perder o seu aturado e dedicado estudo e engenho. Após seis meses, recomeçou a pintar. Este quadro intitulado “A seara invadida”, foi enviado à exposição de Madrid onde foi muito bem acolhido.

No ano de 1881 dedica-se em pleno à pintura, executando trabalhos que lhe foram encomendados para o Conservatório Real de Lisboa; algumas pinturas de tetos no palácio Burnay e diversas pinturas para os aposentos do infante D. Afonso. No setor histórico pinta, “O último interrogatório do Marquês de Pombal”, retratos do rei D. Carlos, um retrato do príncipe D. Luís Filipe, etc.

O Naturalismo é um movimento surgido em França, na Literatura e nas artes plásticas, no século XIX, baseando-se na representação fiel da natureza, sem recorrer à idealização do romantismo, captando a realidade objetiva. Este movimento é introduzido em Portugal na década de 70 do século XIX, tendo Malhoa aderido, integrado no Grupo do Leão, que era constituído por artistas e intelectuais que se reuniam na cervejaria Leão de Ouro em Lisboa, (1881-1889), sendo considerado um grupo vanguardista, abandonando de todo o panorama artístico vigente. Executavam-se telas refletindo os temas quotidianos, dando grande ênfase à vida campesina, em cenas repletas de luz, cor e liberdade. Entre os grandes como Malhoa, destacam-se outros como: Silva Porto, António Ramalho, Ribeiro Cristino, Cipriano Martins, os irmãos Columbano, Sousa Pinto, Carlos Reis, Luciano Freire, etc. Ao grupo do Leão sucedeu-se o Grémio Artístico (1890), o qual anos depois daria lugar à Sociedade Nacional de Belas Artes (1901), da qual José Malhoa foi o seu primeiro Presidente.

Pintou quadros a óleo sobre tela, pastel sobre papel e carvão sobre papel.

José Malhoa concorreu a exposições no estrangeiro: Liverpool, Paris, Madrid, Rio de Janeiro, S. Petersburgo e Berlim onde alcançou assinalável êxito obtendo medalhas.

Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Cavaleiro da Ordem de Malta e a Medalha da Ordem de Isabel a Católica de Espanha.

Malhoa faleceu em Figueiró dos Vinhos na sua casa denominada “Casulo”, vítima de uma pneumonia no ano de 1933. Neste mesmo ano, é criado o Museu Malhoa na cidade de Caldas da Rainha por despacho ministerial datado do mesmo ano.

Resumem-se as suas mais emblemáticas obras, algumas das quais se encontram no museu da cidade de Caldas da Rainha:

Fado – óleo (1910) – Museu da cidade em Lisboa; primavera – óleo (1932); A sesta – óleo, Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro; Milho ao sol, (1927) – Museu Grão Vasco; Rainha D. Leonor – óleo (1926) – Museu José Malhoa; Gritando ao rebanho – óleo (1891) – Museu José Malhoa; Nú – óleo (1893/1894) – Museu de Arte de S. Paulo; As padeiras (1898) – coleção particular; Festejando o S. Martinho – óleo (1907) – Museu José Malhoa; Clara – óleo (1918) – Museu do Chiado; Praia das Maçãs – óleo (1918) – Museu do Chiado; Retrato de D. Maria da Nazareth Fernandes – pastel sobre papel (1926) – Museu José Malhoa; Camponês de Figueiró dos Vinhos – carvão sobre papel (1929) – Museu José Malhoa; Conversa com o vizinho – óleo sobre tela (1932) – Museu José Malhoa; Retrato do rei D. Carlos – óleo (1891); Retrato de Laura Sauvinet – óleo (1888) – Museu José Malhoa; As Promessas (1933) – Museu José Malhoa; A mulher do gato – óleo (1886) e Cabeça de Velho – pastel sobre papel (1907).

Obras consultadas: Portugal – dicionário histórico; Wikipédia.org/Naturalismo em Portugal; Museu José Malhoa; coleção particular do autor.

Luís Manuel Tudella

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Mulher arrastada por onda na Nazaré

Uma senhora de 74 anos, portuguesa, foi arrastada por uma onda, provocando-lhe afogamento, tendo sido rapidamente resgatada da água pelo dispositivo permanente de nadadores salvadores na praia da Nazaré, cerca das 13h30 da passada terça-feira.

nadadores1

Orquestra Ligeira do Exército atuou no CCC

A Orquestra Ligeira do Exército (OLE) atuou na noite de 13 de maio no Grande Auditório do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, no âmbito do 44º aniversário da Escola de Sargentos do Exército e também das festas da cidade.

orquestra