A presença portuguesa
Nestes breves parágrafos seguintes farei uma pequena descrição da presença portuguesa em Timor-Leste, saindo este artigo fora da índole do MOVE com tem sido pautado anteriormente.
A comunidade portuguesa tem vindo a crescer em Timor-Leste, nos últimos anos devido em parte ao desenvolvimento da economia deste país, impulsionado essencialmente pelas suas reservas off-shore (no mar) de petróleo e gás natural. Atenção que as reservas de gás natural são já superiores às de petróleo. Este encontra-se essencialmente na costa sul do país, na zona de fronteira marítima com a Austrália. Este setor é dominado essencialmente por australianos, americanos e italianos (ENI).
Existem em Timor-Leste múltiplas oportunidades para portugueses, tendo em conta a situação vivida atualmente no país, os salários oferecidos aqui são elevados comparado com Portugal. Um exemplo, ao nível dos cargos em órgãos públicos, o vencimento de um assessor ou funcionário internacional português pode ser bem superior ao do primeiro-ministro em Portugal. As maiores oportunidades são talvez ao nível da educação, com a presença de centenas de professores portugueses, com acordos com a Cooperação Portuguesa, de modo fomentar o português, que é falado apenas por 25% da população. Talvez a empresa mais global em todo Timor-Leste é portuguesa, Timor Telecom, do grupo PT, atualmente é uma empresa monopolista no setor das comunicações. Mas o cenário vai mudar no fim deste ano, com a liberalização do mercado e haverá entrada de concorrentes indonésios.
Existem ainda uma dúzia de empresas de construção e de projeto portuguesas, a Ensul é a maior, número que pode aumentar facilmente, havendo paciência, é um mercado confuso, mas com elevadas margens de crescimento, devido ao simples fato de o ciclo de obras públicas ainda estar por iniciar (as estradas estão na sua maioria em muito mau estado). Existe uma disseminação de produtos portugueses nas lojas e um supermercado português chamado Páteo, que existe em Portugal na forma de restaurantes. Existem igualmente escritórios de advogados portugueses, prática muito restrita para estrangeiros, mas que através de acordos de cooperação é facilitado aos portugueses.
Deve assim ser feito um esforço para que o número de empresas portuguesas em Timor-Leste aumente, ainda mais com todo o intercâmbio ao nível de negócios com os países circundantes, como Indonésia, China e Singapura. Os trabalhos qualificados, bem remunerados, são essencialmente executados por expatriados, australianos principalmente. E com isso aumentam a sua presença no país, a generosidade tem sempre um preço, enfraquecendo um dos dois pilares da independência timorense, a língua portuguesa. A outra é a religião (católica na esmagadora maioria).
Sérgio Mil-Homens
Donativos: Nome: MOVE – A M EMPREENDEDORISMO
NIB: 0036 0298 99100020007 43
0 Comentários