Em julgamento estão quatro italianos e três portugueses detidos numa operação da Polícia Judiciária a 21 de outubro de 2010, na zona de Bombarral e Torres Novas, acusados dos crimes de associação criminosa e burlas qualificadas, que terão lesado 20 empresas em 1,5 milhões de euros.
Segundo o MP, o líder do grupo é Geovanni Lo Re, que possui um mandado de detenção europeu por supostas ligações à máfia siciliana e sobre o qual recaem as mesmas acusações imputadas aos restantes arguidos: burla qualificada, falsificação de documentos, associação criminosa, recetação e abuso de confiança.
O esquema montado passava por obter mercadoria a crédito junto de outras empresas europeias que nunca chegariam a receber o dinheiro, pode ler-se na acusação do MP.
Já em Portugal, os produtos eram escoados, no mínimo, a 30 por cento abaixo do valor de mercado, através de uma empresa sedeada em Torres Novas, que é também arguida neste processo.
Segundo a agência Lusa, o início do julgamento foi marcado por diversas advertências da juíza presidente ao principal arguido, ameaçando-o de o colocar fora da sala por este falar ao mesmo tempo do que os magistrados e a tradutora.
Após ter sido confrontado com várias perguntas do procurador do MP, Geovanni Lo Re recusou continuar a prestar declarações.
“Estão sempre a fazer as mesmas perguntas e estou a ficar farto. Estão sempre à volta do mesmo, por isso não falo mais”, comunicou.
A advogada do italiano, Lídia Marques, anunciou que vai juntar aos autos documentos que provam a inocência do seu cliente. Sobre as alegadas ligações à máfia, disse tratar-se de “uma fantasia”.
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