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Incêndio devasta Serra do Montejunto

Francisco Gomes

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As chamas destruíram cerca de 270 hectares de mato e floresta e obrigaram a Proteção Civil, por precaução, a retirar uma família da sua habitação, naquele que foi o maior incêndio deste ano na Área de Paisagem Protegida do Montejunto, nos concelhos do Cadaval e de Alenquer.
270 hectares de mato e floresta ficaram destruídos (foto Espeleo Clube de Torres Vedras)

O incêndio deflagrou depois onze e meia da manhã do passado dia 4, tendo começado na povoação do Pereiro, concelho do Cadaval, e deu volta ao sopé da Serra do Montejunto, aproximando-se da localidade de Cabanas de Torres, concelho de Alenquer.

O combate às chamas foi reforçado com três helicópteros, a juntar aos 290 bombeiros e 73 veículos de 19 corporações.

Chegou a ter três frentes ativas, fazendo recordar os grandes incêndios vividos em 2003 na serra do Montejunto, que destruíram 2.500 hectares, quase metade do território da serra, mas a atuação dos soldados da paz permitiu dominar o fogo, cerca das 21h30.

Ricardo Coelho, da Proteção Civil municipal do Cadaval, confirmou à agência Lusa que, apesar das várias entidades que compõem a comissão da área protegida terem chegado em 2008 a uma proposta, “o plano de ordenamento nunca chegou a entrar em vigor”, deixando a área de paisagem protegida mais vulnerável aos incêndios.

O responsável apontou responsabilidades ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que “deixou caducar o prazo para a entrada em vigor do documento”.

Por não haver um plano de pormenor em vigor, a limpeza dos espaços florestais não é feita de modo adequado, apesar de haver algumas ações de limpeza asseguradas pela brigada de sapadores florestais existente na área de paisagem protegida.

O plano permitiria gerir melhor a serra no sentido não só de implementar ações de limpeza mais eficazes e de replantação da mancha florestal, como também evitar o abandono de terrenos agrícolas e florestais, que aumentam o risco de incêndio.

Estrada nacional cortada

Na véspera do incêndio no Montejunto, outro fogo obrigou ao corte da estrada nacional 115-2, que liga os concelhos de Torres Vedras e Cadaval. O fogo começou antes das três da tarde na localidade de Abrunheira do Ramalhal, em Torres Vedras, e chegou a ter três frentes ativas, consumindo uma área de floresta, composta na sua maioria por eucaliptos.

Durante a tarde, as chamas chegaram a estar a cerca de 20 metros de uma habitação, de uma exploração de animais e de um depósito de combustíveis, pertencentes a uma quinta agrícola.

O fogo foi combatido por mais de 150 homens, quase 40 viaturas e um helicóptero.

A página da Autoridade Nacional da Proteção Civil na Internet adianta que o incêndio ficou dominado às 22h12.

Francisco Gomes

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