A iniciativa surgiu há mais de quatro décadas, com a intenção de “mostrar a importância” de um dos maiores recursos da localidade, conhecida como a terra dos burros, dado o elevado número de animais que ali existiam e auxiliavam na agricultura e no transporte de pessoas e bens, revelou Marco Figueira, da comissão organizadora.
Hoje é considerada “uma espécie em vias de extinção”, uma vez que “foram substituídos por tratores e por isso houve dificuldade em ter burros para a corrida e tivemos de alugá-los”.
A competição, inserida nos festejos de Nossa Senhora da Guia, padroeira de Ferrel, consistia em dar voltas em redor da capela. Alguns participantes manifestaram grande à vontade em cima dos jumentos, mas outros não e até houve várias quedas aparatosas. Valeu a ajuda do público que foi dando um empurrão nos mais teimosos para colocá-los a andar, o que provocava grandes risadas na assistência.
O vencedor foi Carlos Oliveira, 55 anos, agricultor da vila. “Foi fácil ganhar. A maioria não sabe lidar com os burros, porque é preciso uma técnica para não cair. Andar em cima de um burro é diferente do que montar a cavalo. O burro assusta-se com o barulho das pessoas e foge mais”, indicou.
Mulheres participam
Tânia Neves, de 25 anos, residente na vila e funcionária pública, foi uma das duas concorrentes do sexo feminino. É o quinto ano que concorre e contou que “participo para não deixar morrer a tradição”. “Cada vez há mais jovens a correr. É uma completa diversão e vou continuar no próximo ano”, declarou.
25 euros por burro
Quem levasse um burro para a competição recebia 25 euros. Se tivesse de alugá-lo, pagava esse valor à comissão de festas. Apenas três concorrentes participaram com os seus próprios burros. Nas t-shirts que vestiam, os participantes promoviam praias ou pontos de surf do concelho de Peniche.
Carne é prémio
O primeiro lugar recebeu carne no valor de vinte euros, cinquenta euros em dinheiro e troféus. Em anteriores competições eram entregues rações para os burros, mas deixou de fazer sentido quando os concorrentes deixar levar os animais e passaram a alugá-los na festa.
Francisco Gomes
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