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“Símbolos Fálicos – Zica Capristano” no CCC

Marlene Sousa

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“Símbolos Fálicos – Zica Capristano”, assim se designa a exposição que foi inaugurada no passado dia 12 na galeria de exposições do Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha (CCC). Organizada pela Confraria do Príapo, trata-se de uma mostra de fotografia de José "Zica" Capristano, que resultou de recolhas e investigações que ele fez nas inúmeras viagens à volta do mundo.
O filho e neto de Zica Capristano na inauguração da exposição

José “Zica” Capristano faleceu alguns dias antes da inauguração da exposição que deriva do seu enorme espólio fotográfico do qual saiu o conjunto de trabalhos genericamente intitulado “Símbolos Fálicos”. A sua família, amigos e elementos da Confraria do Príapo honraram a sua memória.

Ricardo Capristano, filho de Zica Capristano, esteve presente na inauguração da exposição e agradeceu à Confraria do Príapo por ter trabalhado com o seu pai para esta mostra. “A tradição fálica era um dos muitos temas que o interessava nas suas viagens e trabalhar para este projeto foi algo muito bom para ele, que lhe proporcionou alguma distração e uma vontade extra de trabalhar”, disse Ricardo Capristano, que também se formou em Antropologia, tal como o seu pai. No final revelou o desejo que o espólio do seu pai possa no futuro integrar um museu.

O presidente da Câmara das Caldas elogiou a exposição e voltou a falar na criação do Museu do Erotismo. “Continuamos em discussão com o colecionador Paulo Moura. O problema é o custo da instalação do Museu, um edifício de alguma dimensão, várias salas e várias vitrinas, porque Paulo Moura quer que esses encargos sejam da Autarquia. As peças serão do colecionador por 10 anos e há uma opção de compra que consideramos elevado”, revelou Fernando Costa, acrescentando que a Câmara tomará uma decisão a curto prazo.

Edgar Ximenes, presidente da Direção da Confraria do Príapo, lamentou a morte de Zica Capristano, afirmando que se perdeu “um pensador e intelectual”. Referiu que a exposição que estará patente até 31 de julho pretende divulgar a tradição fálica das Caldas como relacioná-la com o costume fálico que existe em praticamente todos os países. “Foi muito importante para nós podermos contar com este trabalho de Zica Capristano que dedicou uma boa parte da sua vida a conhecer e a documentar culturas de todos os cantos do mundo”, disse Edgar Ximenes. Este responsável revelou ainda que a mostra tem também um núcleo de “objetos fálicos de cariz satírico ou cariz utilitário, um pouco no fundo como o nosso falo das Caldas, a garrafa, a caneca, também tem essa vertente, a par de outros objetos de interesse mais antropológico nomeadamente relacionados com cerimoniais do tribo como por exemplo da Amazónia”.

Apresentação de projetos inovadores

Após a abertura oficial da mostra , decorreu o jantar da Confraria do Príapo no restaurante “Sons, Tons & Sabores” do CCC. Cerca de 70 participantes, entre confrades e amigos, juntaram-se para um evento de convívio onde também foi feita a apresentação pública de projetos inovadores de cariz artístico-empresarial inspirados na tradição fálica caldense.

Um momento de poesia erótica animou o jantar, que acima de tudo teve como missão promover a cerâmica erótica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo. Edgar Ximenes aproveitou o momento para promover a peça simbólica da Confraria do Príapo, o troféu criado pelo ceramista Paulo Óscar, que se denomina “Falo sempre em pé”. Este responsável mostrou a embalagem gourmet da nova peça, que pretende que seja a imagem de marca. O “Falo sempre em pé” tem uma outra embalagem, a social, criada pelo Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, em que uma parte da sua venda reverte a favor da instituição. A peça e a embalagem podem ser adquiridas na papelaria Vogal.

A Bombondrice apresentou uma miniatura em chocolate que representa o falo, intitulada “Uma doce brincadeira….”, que vai comercializar.

A ceramista das Caldas da Rainha, Umbelina Barros, e Santos Pessoa, apresentaram pela primeira vez as joias trabalhadas em prata e porcelana com referência à tradição fálica caldense.

Marina Ximenes mostrou os lenços de seda com imagens a cores do falo.

Maria José Rocha, mentora da marca registada, “Ú…” das Caldas, voltou a apresentar o seu projeto. Multiplicou os falos e trabalhou-os criando uma nova imagem que está impressa em produtos como chávenas, t-shirts e aplicações para azulejo que estão à venda em várias lojas das Caldas que se associaram ao projeto.

A marca tem sub-designações referentes às diferentes parcerias. “Falo na Agulha” refere-se aos bordados da Casa Felizardo, “Falo na Hora” refere-se aos relógios na Ourivesaria Bica do Brito, “Falo na Onda” às t-shirts da Surfoz, “Falo no Trapo” da Loja do Jacinto, “Falo no Olho” à edição de telas da Foto Franco, “Falo no Pacote” da Mercearia Pena, “Falo no Padeiro” aos produtos do Pão Nosso de Todos os Dias, “Falo Sentado” nos estofos dos Móveis Ferreira e “Falo nas Vistas” às caixas para óculos que serão vendidos na Novóptica.

Conceição Colaço, presidente da Tesouros Verdadeiros – Associação para o Desenvolvimento e o Património, com sede nas Caldas da Rainha, apresentou o projeto “Varandas de Lisboa”, que se trata de uma exposição de “Lisboa libertina do século XIX” sobre artefactos fálicos em varandas através das grades de ferro forjado que pode ser vista na Internet no endereço:https://sites.google.com/site/tesourosverdadeirosexposicoes.

O desafio que, há um ano, lançou a diversos artistas e artesãos, no âmbito do protocolo de cooperação cultural realizado entre a Tesouros Verdadeiros – Associação para o Desenvolvimento e o Património e a Cultartis – Associação para a Cultura das Artes, deu segundo, Conceição Colaço, “os seus frutos com a realização dos trabalhos que integram o programa da exposição proposta, onde se inclui a produção de uma brochura com um texto de apresentação, a catalogação das peças, biografias e ilustração das obras expostas”.

Segundo Edgar Ximenes, “a Confraria está agora a atravessar uma nova fase da sua vida, estamos a abraçar muitos projetos, e o jantar foi, para além de um momento de convívio entre confrades e amigos, uma oportunidade para dar a conhecer alguns projetos não só da própria Confraria, nomeadamente a divulgação e promoção da sua peça simbólica do “Falo sempre em pé” e da sua embalagem, que nós queremos que seja uma imagem de marca, como também de projetos de confrades e amigos que estão a aparecer na nossa cidade e que vão de certeza contribuir para a animação de tecido produtivo comercial da cidade, que tanto tem sofrido com a atual crise”, disse o presidente da Confraria do Príapo. Este responsável espera que este seja um elemento forte da marca Caldas e que “os caldenses tenham orgulho e que percebam que o futuro da cidade passa muito pela valorização desta tradição que é muito apreciada fora das Caldas e que as pessoas daqui não têm aproveitado”.

Livro sobre a história do falo

Edgar Ximenes revelou ainda que até o final do ano a Confraria do Príapo vai lançar uma edição sobre a história do falo das Caldas. “Há várias teses sobre isso. A origem do falo é algo sobre qual há muita especulação embora haja uma teoria dominante que é aquela mais consistente, que tem a ver com encomendas reais no final do século XIX, onde teve um papel importante a fábrica de Manuel Mafra”, referiu o presidente da Confraria, acrescentando que “há exemplares atribuídos a Manuel Mafra que estão nos museu José Malhoa e no Museu da Cerâmica e nós queremos que isso seja dado a conhecer”.

Edgar Ximenes pretende que o livro seja uma rápida viagem desde “o aparecimento do falo aqui nas Caldas com a garrafa e a caneca, que têm um cariz muito mais brusco, ao tratamento mais recente que está a ser dado pelos novos criativos da cidade”.

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