“Os problemas deste centro hospitalar não são muito diferentes dos outros hospitais do SNS. Todos os anos o Estado dá dinheiro a menos do que é necessário para a despesa efetiva do hospital. A dívida de 48 milhões de euros é brutal e paralisante”, sustentou.
Segundo o deputado, “o CHON perdeu muitos médicos e valências e a pouco a pouco vai desqualificando e reduzindo a qualidade dos serviços. As listas de espera vão crescer para limites muito acima do que são desejáveis”.
“Fui administrador de um hospital e sinto bem este problema”, referiu João Semedo, que disse ser “uma ilusão pensar que a fusão das Caldas com Torres resolverá o problema, porque na integração de hospitais a experiência tem mostrado que nem sempre a despesa tem diminuído na dimensão em que se espera”
“No CHON, não só a despesa não diminuiu como se julgava como também a produção assistencial não aumentou. É uma ilusão para enganar a opinião pública. Não vai resolver nenhum dos problemas dos hospitais das Caldas e de Torres, e está prevista num desenho de que tenho muitas dúvidas. A pediatria, a maternidade e a urgência médico cirúrgica ficarão nas Caldas, mas toda a cirurgia e ortopedia vão para Torres. Não faz sentido que não estejam no mesmo sítio onde está o serviço de urgência, é uma solução estranhíssima”, afirmou.
De acordo com o deputado, o conselho de administração do CHON “informou-nos do que conhece do que está previsto e não exprimiu a sua opinião”.
O termalismo também foi abordado nesta deslocação. “O hospital termal deve manter-se no domínio público e articulado com o hospital das Caldas e no âmbito do SNS. Se é gerido exclusivamente pelo hospital ou numa parceria com o município é outra questão, e estamos recetivos a qualquer modelo desde que respeite as premissas atrás referidas”, defendeu João Semedo, apontando também que se “tem de encontrar uma solução de financiamento das Termas que não degrade mais o serviço do Hospital das Caldas”.
Na Assembleia da República João Semedo já fez duas propostas de audição de responsáveis hospitalares e autarcas na comissão parlamentar de saúde, que foram rejeitadas pelo PSD e CDS “com argumento de que tudo estava ainda em discussão, mas na realidade o PSD e CDS querem evitar a discussão púbica”. “Vou voltar a insistir”, garantiu o representante do BE.
Francisco Gomes
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