A descoberta foi feita no passado domingo, por Artur Sarmento, consultor informático de Oeiras, que integrava uma equipa de mergulhadores em expedição aos destroços de dois navios fundeados no largo de Peniche.
Era no casco do “SS Dago” que se encontrava o cadáver, a 48,6 metros debaixo do mar. “Estava dissimulado nos destroços. Já no limite do tempo possível de continuar no fundo notei um pormenor estranho, aproximei-me e vi que havia um fato e um colete de mergulhador em avançado estado de decomposição. Anotei a sua posição e quando regressei a terra comuniquei à Polícia Marítima”, relatou o mergulhador técnico, de 49 anos, que pertence à Associação Portuguesa para a Dinamização do Mergulho.
Artur Sarmento acredita poder tratar-se do corpo de Nuno Leal, de 30 anos, residente em Marinha da Guia, Pombal, mergulhador desaparecido a 25 de julho de 2009 no mesmo local. A confirmação da identidade só será possível após autópsia.
A Marinha enviou mergulhadores e confirmou o achado na passada terça-feira, não tendo sido possível na ocasião remover o cadáver. Mas conseguiu-o dois dias depois.
170 nas buscas
O homem que se suspeita ser o corpo encontrado também participava numa expedição, com três companheiros, ao “SS Dago”. Sentiu-se indisposto e desapareceu na água. As buscas na altura envolveram meios aéreos, aquáticos e terrestres, no total de 170 pessoas, mas foram suspensas sem sinais da vítima, tendo até sido feita uma despedida fúnebre no alto-mar, para onde se pensava que o cadáver tivesse sido arrastado.
Atração no fundo
O “SS Dago” foi bombardeado por um avião alemão em 1942, durante a II Guerra Mundial. Dos 37 tripulantes apenas quatro ficaram feridos, e ainda assim, sem gravidade. O barco foi ao fundo e tem constituído uma atração para os mergulhadores. A profundidade, a necessidade de equipamento apropriado e adequado apoio de superfície são obstáculos.
Francisco Gomes
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