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Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste

Rafael Gonçalves, Daniel Lopes e Frederico Moita na Cozinha de Autor

Marlene Sousa

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Coube a Rafael Gonçalves, 18 anos, natural e residente na Lourinhã, criar e cozinhar a ementa da nona edição da “Cozinha de Autor”, a 11 de maio, apresentando uma ementa para a qual se inspirou principalmente nos produtos portugueses, onde a tónica foi posta no sabor, porque “são produtos de extrema qualidade”.
Frederico Moita (escanção); Rafael Gonçalves (Chefe de Cozinha) e Daniel Lopes (chefe de sala)

Caprichou na ementa, utilizando queijos portugueses, não esquecendo os produtos regionais como a pera rocha e a maçã de Alcobaça. “Portugal tem queijos fantásticos, gostava que as pessoas começassem a usar mais os produtos portugueses”, disse o finalista do curso de Técnicas de Cozinha e Pastelaria, do pólo das Caldas da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO).

Se tivesse que dar um título à sua ementa chamava-a “Sabores Primaveris”, por causa da “sopa fria de pera rocha”. Pegou nos produtos portugueses e tentou dinamizá-los através de “novas técnicas, texturas, com um sabor mais intenso e de paladar mais apurado”. Por exemplo, no bacalhau em crosta de broa guarnecido de feijão verde, inovou na costa dando-lhe um novo sabor com especiarias e azeitonas. De todos os pratos, Rafael Gonçalves esmerou-se mais na criação da sobremesa. “Eu gostei de fazer todos, mas o crumble de maçã com gelado de coco e molho de kiwi foi o que mais me deu prazer”, revelou.

Um desafio foi “comandar a equipa”, constituída por 13 colegas do curso. “Ao princípio estávamos um pouco nervosos, mas depois entrámos todos no ritmo e as coisas fluíram muito bem”, contou. Quando cozinha dá muita importância ao sabor mas para ele a apresentação é fundamental. “Para mim o mais importante é a aparência porque os olhos comem logo metade do prato”, sublinhou.

Este jovem, que termina o curso já em junho, pretende continuar a estudar pastelaria avançada no pólo de Óbidos da EHTO. Espera ter uma oportunidade num restaurante de prestígio para ganhar experiência, mas também tem o sonho de vir a trabalhar num hotel ou restaurante em França, onde tem familiares e a mãe a morar. Elogiado pelos clientes que se deliciaram com a sua criatividade, Rafael Gonçalves gostou da experiência e pessoalmente ficou satisfeito com o seu desempenho. O fim do seu curso está para breve, e desta escola leva muitas experiências enriquecedoras. “Saímos daqui com conhecimentos suficientes para sermos cozinheiros profissionais com a noção que é preciso inovar e diferenciar para vencer”, disse o futuro chefe de cozinha.

Os jovens Daniel Lopes (chefe de sala) e Frederico Moita (escanção) também foram os protagonistas desta iniciativa, que junta os alunos finalistas dos cursos de Técnicas de Cozinha e Pastelaria e Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas.

Daniel Lopes, 18 anos de Alenquer, foi o chefe de sala. Olhou para a ementa, lembrou-se da primavera e para a decoração da sala utilizou tons verdes. “Fiz uma decoração simples com uma flor no centro das mesas”, explicou. Ficou satisfeito com o serviço, revelando que houve “uma colaboração muito boa com a cozinha e tudo correu bem”. Como chefe de sala o que achou mais difícil foi dar ordens aos colegas. “É muito difícil dar uma ordem a um amigo, afinal estamos todos no mesmo curso”, disse.

Depois de ganhar alguma experiência em Portugal o seu sonho é trabalhar na Austrália. “Tenho lá família e adorava um dia poder mudar-me para lá”, revelou Daniel Lopes.

Frederico Moita, 18 anos, de Ferrel, Peniche, desempenhou o papel de escanção. O jovem foi também quem escolheu os vários vinhos que acompanharam a refeição, até porque gosta da função de escanção. A acompanhar a entrada foi uma caipirinha feita por Frederico Moita. Para o prato de peixe serviu o vinho branco Planalto Douro de 2010 e para acompanhar a carne escolheu o vinho tinto, Memória da região de Alcobaça. Para unir à sobremesa o jovem serviu um vinho da Madeira.

Quando terminar o curso, Frederico Moita vai trabalhar para o Nau dos Corvos, restaurante no Cabo Carvoeiro, em Peniche.

Os finalistas da EHTO continuam a surpreender com a cozinha de autor, apostando no toque criativo que resulta numa combinação sofisticada e de excelente sabor. Os clientes que todas as sextas enchem a sala de restaurante da escola estão rendidos aos pratos inovadores que conjugam o gosto de saborear ao food design.

O ano letivo está a terminar e também esta iniciativa, que acaba no início de junho.

Com sala cheia em todas as edições, Daniel Pinto, diretor da escola, faz um balanço positivo do projeto, que tem como objetivo “trabalhar os alunos nos domínios da liderança, da autonomia, da criatividade e da inovação, e colocá-los perante um cliente real”. “Abrir o projeto a clientes do exterior tem sido uma experiência gratificante, nomeadamente na promoção da qualidade de formação dos finalistas”, manifestou.

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