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Centro histórico

Vereadores socialistas criticam obras

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

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A Câmara das Caldas deliberou conceder prorrogação legal do prazo de execução da empreitada de valorização de centro histórico/envolvente dos hospitais. A decisão foi tomada por maioria do executivo camarário, com seis votos a favor e uma abstenção. Votaram a favor o presidente da Câmara, Fernando Costa, o vice-presidente, Tinta Ferreira e os vereadores Maria da Conceição, Hugo Oliveira, Delfim Azevedo e Rui Correia. Absteve-se o vereador do CDS/PP, Manuel Isaac.
Autarcas do PS pretendiam uma requalificação de edifícios em vez de pavimentos/Foto Francisco Gomes

Os vereadores do Partido Socialista, Delfim Azevedo e Rui Correia, apresentaram uma declaração de voto, afirmando que não podem “deixar de considerar lamentável a forma como todo este processo das obras de requalificação do Largo da Copa tem decorrido”.

“Por seu lado, a Câmara queixa-se de falta de diálogo e dificuldades inqualificáveis na obtenção de documentação solicitada, por outro a administração do Hospital não se revê nestas acusações, devolvendo-as na íntegra, gerando-se desta forma um absurdo e demorado contencioso que fere os interesses da cidade. Estamos em pleno momento de obras, as máquinas estão no terreno e ninguém parece saber o que é suposto fazer-se no mais emblemático e delicado Largo da cidade das Caldas da Rainha”, manifestaram.

Os vereadores já tinham afirmado a sua oposição completa ao programa de regeneração urbana em curso, considerando tratar-se de uma “requalificação de chãos, de pavimentos, de calcetamentos, quando a requalificação de edifícios e respetivas funções é que deveria estar a ser equacionada”.

Para os vereadores do PS, “nenhum dos traçados apresentados tem em consideração a ligação histórica e patrimonial existente entre o Parque D. Carlos I e o Hospital Termal que deveria ser explicitamente sublinhada”. “Não se compreende que depois de toda a discussão fechada entre Câmara e Hospital se tenha chegado a um resignado ponto de consenso que, não apenas não resolve nenhum dos problemas assinalados, como repõe a possibilidade de se utilizar a praça como uma rotunda, facto que em nada modifica a indesejável função de arrumação de veículos e de inversão de marcha que hoje ofende a história e o espírito do lugar e que, esperava-se, um novo traçado pudesse inviabilizar”, sustentaram.

Os autarcas mostraram-se disponíveis para propor novas soluções, nomeadamente, “recorrendo ao know-how dos serviços de arquitetura da própria Câmara que têm soluções alternativas que parecem ajudar a resolver bastantes das objeções reciprocamente apontadas”.

“Mais se aduz que a aceitação da prorrogação do prazo solicitada pelo empreiteiro e devidamente fundamentada pelos serviços da Câmara, demonstra, caso dúvidas ainda persistissem, que foi justa e verdadeira a apreensão que os vereadores do PS desde sempre manifestaram, referindo que os projetos estavam feridos de inúmeras insuficiências, nomeadamente no que diz respeito a uma clamorosa deficiência técnica de cotagem, e que aqui é assumida como a principal causa para o atraso das obras. Foi sempre dito pela vereação responsável pelas obras que tal não era verdade. Era. Importa sublinhar que essa incompreensão aos argumentos da oposição importará custos de indemnização, revisão de preços e atualização de custos à autarquia que poderiam ter sido evitados. Custos perdulários que resultam apenas de uma obstinação sem qualquer sentido”, declararam.

Pintura mural na escola

O Agrupamento de Escolas D. João II solicitou parecer sobre a realização de uma pintura mural, na parede do

alçado sul da Escola do Avenal, pelos respetivos alunos, com a colaboração do artista plástico Pedro Bernardo, em conjunto com outro artista, pretendendo com a iniciativa esconder o graffiti existente bem como envolver os alunos na decoração e preservação do espaço escolar.

A Câmara, atendendo aos objetivos a alcançar, deliberou emitir parecer favorável.

Ginásio provoca ruídos

Uma queixa relativa a ruídos provocados por um ginásio na Rua Henrique da Mota, na freguesia de Caldas da Rainha – Santo Onofre, foi analisada pela Câmara, tendo a autarquia apurado que o estabelecimento “se encontra a funcionar sem a necessária licença de utilização e também sem o comprovativo da apresentação da declaração de instalação, modificação e de encerramento dos estabelecimentos comerciais e de serviços”, e que se “encontram preenchidos os pressupostos para a cessação de utilização”.

A autarquia deliberou que se notifique a proprietária do estabelecimento, para de imediato proceder ao encerramento do estabelecimento.

Cobertura da TV Caldas questionada

Os vereadores do Partido Socialista analisaram as gravações vídeo aquando da comemoração dos 500 anos do Compromisso da Rainha e manifestaram-se “chocados” por se “constatar que foi inteiramente desprezada toda a sequência de atos com que na ocasião se pretendeu celebrar aquela data”.

“Recordamos que a Câmara convidou o Teatro da Rainha e a Associação Património Histórico para que, mesmo que em cima da hora – e por instância dos vereadores do Partido Socialista – estas entidades apresentassem trabalhos de forma graciosa que dessem à população uma perspetiva e um enquadramento histórico que descobrisse a verdadeira importância do ato que ali se realizava e da efeméride que ali se enaltecia”, declararam.

Já anteriormente os vereadores do Partido Socialista questionaram a linha editorial da TVCaldas, sustentando que “a única função parece ser a de fazer destacar os líderes do PSD local e nada mais”.

“É, no mínimo, chocante, que não tenha sido filmada nenhuma das cenas interpretadas pelo Teatro da Rainha – Auto de São Martinho, leitura de excertos do Compromisso – nem uma única frase proferida no estudo histórico pela dra. Isabel Xavier que, ali brilhantemente, enquadrou a memória deste regulamento na época em que foi dado à população. O que ficou, então, filmado? Três peças: o discurso do Senhor Presidente da Câmara, uma entrevista ao administrador do hospital que em nada contribuiu para a realização deste evento e, novamente, uma entrevista ao presidente da Câmara”, sublinharam.

“Considerar que o teor do Livro Compromisso e a representação do único Auto escrito por Gil Vicente para as Caldas da Rainha são motivos de interesse menores, sendo preferíveis os discursos de circunstância, revela, das duas uma: ou uma constrangedora impreparação por parte das pessoas da TVCaldas – circunstância que tem de ser imediatamente modificada – ou a sujeição a critérios de propagação e submissão partidária, hipótese que é inaceitável e que ofende não apenas os princípios democráticos do partido socialista mas de todos os partidos”, declararam.

Francisco Gomes

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