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Maratona de Cartas apela pelos Direitos Humanos

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Para a Comemoração dos Direitos Humanos e dos 50 anos da Amnistia Internacional e dos 30 anos da Amnistia Internacional Portugal, realizou-se a 9 de Dezembro em algumas escolas da região a Maratona de Cartas, promovida pelo Núcleo Oeste da Amnistia Internacional (NOAI). Nesta edição da mobilização, foram escritas cartas direccionadas a 5 casos previamente […]
Maratona de Cartas apela pelos Direitos Humanos

Para a Comemoração dos Direitos Humanos e dos 50 anos da Amnistia Internacional e dos 30 anos da Amnistia Internacional Portugal, realizou-se a 9 de Dezembro em algumas escolas da região a Maratona de Cartas, promovida pelo Núcleo Oeste da Amnistia Internacional (NOAI). Nesta edição da mobilização, foram escritas cartas direccionadas a 5 casos previamente seleccionados. Participaram estudantes da Escola Secundária Raul Proença, dos Agrupamentos de Escolas D. João II e da Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO). Na Escola Secundária de S. Martinho do Porto a maratona decorreu nos dias 9, 12 e 13 de Dezembro. No total foram escritas cerca de 1500 cartas. Em Portugal foram escritas cerca de cinco mil missivas. “Foi uma óptima participação dos alunos desta região”, disse Teresa Mendes, presidente da NOAI, que é também professora. “Esta foi uma excelente ocasião para mostrar aos estudantes que podemos contribuir para terminar com as muitas violações de direitos humanos que acontecem no mundo”, acrescentou. Esta responsável referiu ainda que “na maior parte dos casos, as cartas enviadas resultam numa melhoria das condições das pessoas visadas nos apelos”. Para Teresa Mendes, a iniciativa é também uma “uma forma da população perceber o trabalho da Amnistia”. A presidente da NOAI revelou o entusiasmo dos alunos ao escreverem as cartas, referindo que foi notável a sua preocupação com os cinco casos. O evento nasceu na Secção Polaca da Amnistia Internacional há onze anos e o seu conceito é simples: durante 24 horas são escritas cartas usando casos das acções urgentes e os resultados são surpreendentes. No ano passado foram escritas milhares de cartas, que resultaram na melhoria das condições das pessoas visadas nas acções urgentes. Este ano as missivas visam contribuir para o caso de Inés Fernández Ortega e Valentina Rosendo Cantú, do México, que foram violadas por soldados mexicanos em 2002. Apesar de terem apresentado queixa às autoridades, nenhuma investigação concreta teve lugar e ninguém foi levado perante a justiça. As mulheres e as suas famílias têm sido alvo de ameaças e intimidação. Outro caso é o de residentes de Port Harcourt, na Nigéria, onde desde 2000 mais de dois milhões de pessoas foram desalojadas à força. Milhares de pessoas continuam em risco de perder as suas casas. Não foi levado a cabo nenhum tipo de mecanismo de consulta dos residentes antes da demolição e não foram dados qualquer tipo de aviso, compensação, alternativa de habitação ou soluções legais, apesar de isto ser exigido pelos critérios internacionais de direitos humanos. A 12 de Outubro de 2009, 12 manifestantes foram baleados pelas forças de segurança na zona ribeirinha de Bandu em Port Harcourt, no estado de Rivers, enquanto participavam numa concentração pacífica contra a demolição das suas casas. Outro dos casos é o de campo de prisioneiros político de Yodok, na Coreia do Norte. Estima-se que cerca de 50.000 homens, mulheres e crianças estejam actualmente detidos. São torturados, obrigados a trabalhar em condições perigosas e muitas vezes executados por desrespeitar regras do campo, tais como, roubar comida. Outro dos casos seleccionado pela Amnistia é o de Natália Estemirova, da Rússia, activista de Direitos Humanos, raptada e assassinada por homens armados a 15 de Julho de 2009 em Grozny, na Chechénia. O seu corpo foi encontrado algumas horas mais tarde na vizinha República de Ingushetia. Tinha sido baleada à queima-roupa. Ainda não há sinais de que os responsáveis, incluindo os mandatários, sejam levados perante a justiça. O último caso é o de Hamad al-Neyl Abu Kassawy que foi preso na Arábia Saudita a 26 de Junho de 2004. A sua família não recebeu qualquer informação até Fevereiro de 2005, quando um cidadão saudita que tinha visitado a prisão em Madina lhe disse que Hamad aí estava preso sob suspeita de pertencer a uma organização islâmica. Hamad trabalhava como “caixeiro-viajante” viajando entre o Sudão, a Síria e os Emirados Árabes Unidos, comprando e vendendo bens domésticos e roupa. A acusação de terrorismo de que é alvo parece dever-se às frequentes visitas que em trabalho, realizava a estas regiões. Hamad é um dos milhares de pessoas detidas na Arábia Saudita que são frequentemente detidos durante anos antes de serem julgados, sem acesso a advogados ou tribunais que possam questionar a legalidade da sua detenção. Na Escola Raul Proença foram escritas 520 cartas. Raquel Oliveira, do sétimo ano, escolheu a causa dos refugiados no campo de prisioneiros político de Yodok, porque para ela são os que “estão a sofrer mais”. Pedro Santos, do décimo ano, também escolheu essa causa, porque “considera que vale a pena lutar pela liberdade destas pessoas que não fizeram mal a ninguém”. Além daquela causa, também escreveu cartas para ajudar as causas da Arábia Saudita e do México. Setes alunos do curso de curso de animação sócio cultural da Escola Raul Proença juntaram-se à iniciativa e durante o intervalo da manhã representaram na sala polivalente dois quadros de uma animação que fizeram o ano passado na Rua das Montras para a Amnistia Internacional. Segundo o professor Aníbal Rocha, representaram o apedrejamento de mulheres e a mutilação feminina, uma situação que ainda acontece em alguns países. David Ermenegildo, do décimo primeiro ano, também do curso de animação, fez uma instalação que retrata as pessoas que estão presas, acompanhado por um mapa com informação sobre os países onde há mais tráfico humano. A ETEO também se associou à Comemoração dos Direitos Humanos e dos 50 anos da Amnistia Internacional, escrevendo mais de 300 cartas. Os alunos do terceiro ano de animação cantaram a música “Imagine”, de John Lennon. Segundo a professora de Sociologia, Maria José Gomes, “traduzimos o tema para português e fizemos uns ajustes para que toda a gente percebesse a mensagem e em conjunto conseguirmos um mundo melhor”, sublinhou. Marlene Sousa

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