Ia quase todos os dias de mota para a escola, percorrendo mais de trinta quilómetros de ida e volta, só que na manhã da passada segunda-feira foi surpreendido por um camião a entrar na faixa de rodagem na variante que liga a Foz do Arelho às Caldas da Rainha e chocou contra a traseira do veículo pesado. Henrique Gonçalves, de 16 anos, teve morte imediata. Na primeira aula havia um teste da disciplina de Economia. O estudante do 11º ano da turma de Economia, na Escola Secundária Raul Proença, nas Caldas da Rainha, dirigia-se de sua casa, em São Martinho do Porto, para o estabelecimento de ensino, onde devia entrar às 8h25. Mas não chegou à escola. O trajecto seria interrompido a meio do caminho, numa longa recta na Estrada Nova da Foz do Arelho, cerca das 8h20. Segundo uma testemunha contou ao JORNAL DAS CALDAS, o camião de uma empresa de materiais de construção da zona de Leiria estava encostado na berma, no sentido Foz do Arelho-Caldas da Rainha. O motorista teria parado para satisfazer necessidades fisiológicas numa zona de pinhal. O condutor de outra viatura queria passar por uma serventia que estava tapada pelo camião, tendo apitado para o veículo sair do local, o que aconteceu, entrando na faixa de rodagem. Por razões que estão a ser apuradas pelo Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação do Destacamento de Trânsito da GNR de Leiria, o jovem embateu com o seu motociclo na parte de trás do camião, vindo a ser projectado para o outro lado da faixa de rodagem, junto à ciclovia. Segundo o comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha, José António, foi “um acidente extremamente violento”, tendo o adolescente, apesar de levar capacete, sido encontrado com “fracturas muito profundas no crânio e com uma fractura exposta na perna direita”. A equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Centro Hospitalar Oeste Norte apenas pôde confirmar o óbito. O cadáver foi transportado para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras para ser autopsiado. O motorista do pesado, de 39 anos, não sofreu quaisquer ferimentos, fez teste de álcool e prestou declarações aos investigadores da GNR, seguindo viagem. O veículo sofreu danos na traseira, ficando com um farolim partido. Escola Secundária Raul Proença de luto A direcção da escola frequentada pelo jovem colocou a bandeira do estabelecimento de ensino a meia-haste, por três dias, como forma de “exprimir pesar” pelo falecimento do aluno. Colegas concentraram-se na terça-feira usando uma peça de cor branca. Catarina Filipe foi a jovem dinamizadora no Facebook do apelo. “A vida é assim, prega-nos partidas quando menos esperamos. Desta vez roubou-nos uma vida, a vida mais alegre e brilhante que poderíamos ter conhecido. O Henrique era de facto uma pessoa muito fácil de gostar, sempre bem-disposto, sempre pronto para mais uma aventura e é mesmo assim que o devemos relembrar. Em homenagem ao Henrique pedia que todos levassem uma peça de roupa branca para celebrar a vida dele e para que, onde quer que esteja, nos veja brilhar tal como ele fazia todos os dias”, escreveu a jovem, para acrescentar: “Ele só morrerá se nós assim quisermos e eu sei que ele vai continuar vivo, em cada um de nós”. Muitos foram os jovens que aderiram, tendo-se gerado uma onda de solidariedade para com a família. Alguns colegas levaram t-shirts com o nome de Henrique Gonçalves estampado. Estava prevista a colocação de autocolantes solidários nas motos dos alunos que habitualmente usam este meio de transporte, mas “não houve tempo nem cabeça” para se dedicarem a essa iniciativa, contou uma das estudantes. No Bloco A foi colada uma cartolina na parede, com mensagens de homenagem. Conhecido como “Kika” para os amigos, o jovem transferiu-se este ano lectivo da Escola Secundária Vergilio Ferreira, em Carnide, para as Caldas da Rainha, onde, segundo os colegas, “foi bem acolhido e integrou-se rapidamente”. “Estava sempre com um sorriso e toda a gente gostava dele”, manifestaram. Joana Palma, a namorada, de 17 anos, que tinha falado com Henrique Gonçalves pouco antes do acidente, encontrava-se inconsolável e manifestava estar “em profundo sofrimento”, mas ainda apoiou a família do jovem neste momento de dor. A mãe de Henrique Gonçalves era a representante dos pais na turma do 11º de Economia. Os colegas de turma foram avisados no intervalo e nas aulas seguintes passaram “em reflexão”, porque “não havia ambiente para leccionar”, revelou o director da Escola Secundária Raul Proença, José Pimpão, que não se recorda de “um caso tão trágico” desde que assumiu funções, há treze anos. O funeral do jovem está marcado para esta quarta-feira, às 11h30, no cemitério de São Martinho do Porto. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)
Jovem estudante morre em acidente de mota a caminho da escola
7 de Dezembro, 2011
Ia quase todos os dias de mota para a escola, percorrendo mais de trinta quilómetros de ida e volta, só que na manhã da passada segunda-feira foi surpreendido por um camião a entrar na faixa de rodagem na variante que liga a Foz do Arelho às Caldas da Rainha e chocou contra a traseira do […]
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