Estão a montar o estaleiro e equipamento para o começo das dragagens na Lagoa de Óbidos que inclui a saída de 350 metros cúbicos de areia, numa área de cerca de dois quilómetros da lagoa. O objectivo é garantir a permanência da aberta na zona central do cordão dunar. O JORNAL DAS CALDAS esteve no local na passada segunda-feira e verificou alguma movimentação com a colocação de três contentores para a montagem do estaleiro no cais da Foz do Arelho, junto à rampa de acesso à Lagoa. Presente estava António Valente, da Irmãos Cavaco, empresa responsável pela empreitada, que revelou que será montada uma linha de dragagem com o comprimento de 1300 metros de tubo de plástico e metal. A intervenção envolve três dragas, quatro dumpers, três escavadoras e um bulldozer D6 para retirar a areia que será utilizada para reforçar o cordão dunar nas margens norte (na Foz do Arelho) e sul (na zona do Bom Sucesso). As obras terão um prazo de execução de quatro meses. O Ministério do Ambiente adjudicou a obra que tem o custo de 1,8 milhões de euros, 70 por cento dos quais comparticipados pelo QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). Os trabalhos envolvem a abertura da nova aberta na zona central da Lagoa, a deposição do material junto à embocadura actual e inicio das dragagens, a deposição de material para protecção do emissário, o encerramento da embocadura actual e consolidação da margem sul e a realização das dragagens de acordo com o projecto do LNEC “Plano de Gestão Ambiental da Lagoa de Óbidos”. A Lagoa de Óbidos tem sofrido ao longo dos séculos um processo de assoreamento progressivo, motivado pelo transporte de sedimentos através das linhas de água que confluem na lagoa e à acção das correntes de maré. Os problemas de assoreamento da lagoa de Óbidos remontam há séculos atrás, tendo estes sido combatidos por dragagens periódicas desde o século XV, no sentido de preservar a navegabilidade e a ecologia do sistema. Tem elevada importância em termos ecológicos e socio-económicos (pesca, recreio, praia, desportos náuticos) Segundo Ana Seixas, vice-presidente do INAG (Instituto da Água), verificam-se constantes modificações do posicionamento dos bancos arenosos e a meandrização dos dois canais principais de escoamento na zona inferior da lagoa, condicionando o posicionamento da sua embocadura. Este facto origina problemas graves, quer no que respeita à qualidade da água, quer relativamente às erosões no cordão dunar, comprometendo a época balnear e a segurança de infra-estruturas, nomeadamente a marginal da Foz do Arelho e o emissário adjacente na margem norte e a urbanização do Bom Sucesso no extremo sul junto ao maciço do Gronho. O perigo de fecho da aberta levou o Ministério a avançar, em Março de 2010, com a realização de nova aberta através da escavação do cordão dunar e execução de aterro de fecho da aberta então existente. A ligação ao mar consistiu num canal trapezoidal, com uma largura de 80m. O volume total de escavação foi de 110 mil m3, com um custo da ordem dos 320 mil euros. Somam-se agora 1,8 milhões para reposicionar o canal numa zona mais central da lagoa. A adjudicação da obra foi assinada pela ministra do Ambiente, Assunção Cristas, no passado dia 8, no Inatel na Foz do Arelho. Presentes na reunião estiveram também o Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, elementos do INAG, autarcas das Câmaras e Juntas de Freguesia das Caldas e Óbidos e outras entidades ligadas à Lagoa. Fernando Costa foi o primeiro a usar da palavra agradecendo à ministra pela sua preocupação pela Lagoa. O autarca disse estar a viver um “dia de esperança” para a Lagoa e espera que estas obras e medidas adequadas garantam que “a aberta se fixe e crie condições de estabilidade”. Também o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, mostrou o seu contentamento com a solução encontrada, referindo que “esta intervenção é uma grande evolução em relação a propostas anteriores”, sublinhando que é uma obra “significativa, mas suave”. “Ficará a faltar a zona superior, mas tenho muita confiança que neste novo ciclo consigamos encontrar a solução”, declarou o autarca. Assunção Cristas fez questão de marcar presença na Foz do Arelho para anunciar a adjudicação da obra e para mostrar o seu interesse na resolução de um problema que conhece de perto. Para a governante, seria gravíssimo “se não tivéssemos, este Inverno, uma intervenção no sentido de ter a aberta (canal que liga a lagoa ao mar) estabilizada na zona centro da lagoa”. Marlene Sousa
Dragagens na Lagoa vão começar
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