Se quer ter dia diferente Venha d’aí com a gente, Há-de ver que vai gostar, Cá do Sul, pela auto-estrada, Faremos rumo à Tornada Onde iremos almoçar; Sabe onde a Tornada é? Nas Caldas, ali ao pé, Faz-se louça especial, É cerâmica e brejeira Que se vende lá na feira E, única em Portugal. Deixemos agora isso E, falemos do “Cortiço” Que é o mais importante; Em Tornada situado, Tem um grande parque ao lado, É famoso restaurante. O chefe, é o cozinheiro Que começou marinheiro E comigo embarcou Ainda de tenra idade, Desembarcou, é verdade, Mas, lá, saudades deixou; A lista do restaurante É longa e interessante Não vou de tudo falar, Daquilo que lá comi Adorei o javali Que venho aconselhar; Recomendo aos comensais Amêijoas especiais Servidas como entrada, Com a refeição no fim A sobremesa p’ra mim Merece também citada; Na longa ementa que olhei Alguns pratos destaquei Daquela variedade: O tal cabrito assado, Pelo dono confeccionado Deve ser bom de verdade; Mas, pergunto eu, porque não Provar também o leitão Muito à moda da Bairrada? Um bom arroz de feijão Também no “Cortiço” dão Sem a “malta” pedir nada; E, aquela bela salada Tenrinha e, bem temperada De azeite, vinagre e sal Encantou, lá, toda a gente, Eu digo, sinceramente, Nunca comi outra igual; O vinho da casa, vulgar Que eu pedi p’ra provar Também, aqui, aconselho, Aquilo foi só para ver Pois não o ia beber Depois do tal Monte Velho. Vou, antes de acabar Da sobremesa falar Pois, de facto, ela merece: Ela é muito variada E, fica aconselhada: Deixa a fruta, coma o doce. Do “Cortiço”, o capitão E, toda a tripulação Eu quero, aqui, saudar Pois são uma simpatia Foi muito bom o tal dia Em que fui lá almoçar; Aqui deixo um obrigado Por ter sido convidado P’ra esse almoço excelente, Agora, a terminar Eu quero aconselhar O “Cortiço” a toda a gente. M. D. Marques Damas