O velejador oceânico Francisco Lobato fez a Travessia França-Portugal em dois dias e 22 horas, entre 5 e 8 de Outubro, desde Port La Foret até à cidade de Peniche, no barco à vela ROFF, na companhia da jornalista Rosário Salgueiro e do repórter de imagem Vítor Silva, da RTP, que viveram na primeira pessoa a experiência de um velejador solitário (mas desta vez com companhia). A experiência da travessia de 600 milhas será divulgada na reportagem “Mudar de Vida”, a emitir na próxima segunda-feira à noite, a seguir ao telejornal. Com apenas alguns meses de vida, Francisco Lobato, fez a sua primeira viagem marítima até Gibraltar com o seu pai e avô, desde aí não parou de navegar. Fez viagens ao longo da Costa Atlântica e no mar Mediterrâneo, nomeadamente até à Madeira, Norte de África, Baleares e Costa Espanhola. Aos sete anos entrou na escola de vela da Associação Naval de Lisboa e iniciou-se na classe Optimist. Aos onze anos foi pela primeira vez a um campeonato do mundo. Foi várias vezes campeão nacional em diferentes classes, já participou em mais de 15 campeonatos do mundo e da Europa, foi medalha de bronze no campeonato europeu de Laser (classe Olímpica) e medalha de ouro no campeonato Centro-Sul-Americano Sub 21. Esteve integrado no projecto de esperanças Olímpicas e na equipa pré-olímpica para Atenas 2004. Em 2006, 2007 e 2008 foi o nº1 no ranking mundial na classe mini de série, completou a Transat 6,50 em 2007 e em 2008 ganhou a grande regata Les Sables Les Açores Les Sables. Em 2009, foi o primeiro e único português a ganhar a mítica regata Transat 6,50, que vai desde La Rochelle (França) até Salvador da Bahia (Brasil), com uma escala no Funchal. Na primeira etapa bateu o recorde da sua classe e chegou 22 horas antes do segundo classificado, um feito que impressionou toda a comunidade da vela oceânica. Neste momento está a fazer a sua tese de Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval no Instituto Superior Técnico e vai competir no “Championnat Français de Course au Large” num novo barco, o Figaro Bénéteau 2. Considera este circuito como mais uma das primeiras “montanhas” a escalar antes de chegar ao “Evereste” da vela – a volta ao mundo em solitário. Francisco Gomes (texto) Carlos Tiago (foto)